Possível saída de Bolsonaro do PSL implodiria sigla em MS
8 de junho de 2019Com senadora, deputados federais e estaduais, partido planeja candidatos nas eleições de 2020
Que o presidente Jair Messias Bolsonaro foi um fenômeno nas últimas eleições, isso não se pode negar, tanto que conseguiu transformar um partido nanico e quase sem expressão em um partido forte. Em Mato Grosso do Sul, a sigla tem 4.467 filiados, a maioria por conta da popularidade do presidente.
Surfando nessa onda, a sigla conseguiu crescer no Congresso Nacional. No Senado, a sigla não tinha nenhum representante e, agora, conta com quatro senadores – um deles é a representante sul-mato-grossense Soraya Thronicke. Já na Câmara Federal de um parlamentar pulou para 54, e o Estado conta com dois representantes, Loester Trutis e Luiz Ovando.
No entanto, pode acontecer um esvaziamento da sigla caso seu maior ícone saia da agremiação e vá para o DEM. Pelo menos foi o que seu braço direito, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, insinuou em convenção dos Democratas. E, se isso acontecer mesmo, há grandes possibilidades de a sigla esvaziar com a saída dos principais expoentes da agremiação no Estado. Um deles é o deputado estadual Coronel David, amigo do presidente, e o colega Capitão Contar, que não admitiu ainda a saída, mas revela ser um admirador do correligionário.
A princípio, a sigla pretende fazer vereadores em todas os 79 municípios do Estado e conta com dois pré-candidatos à cadeira de prefeito de Campo Grande, justamente os deputados Coronel David e Capitão Contar. Mas essa pretensão do PSL em disputar a Prefeitura de Campo Grande pode ir por água abaixo caso se confirme a saída de Bolsonaro do PSL e a consequente ida dele para o DEM.
O deputado Coronel David, candidatíssimo ao cargo de prefeito de Campo Grande, abandonaria as trincheiras caso seu amigo mudasse de sigla. Ao ser indagado sobre a possibilidade de ser candidato a prefeito de Campo Grande, Coronel David disse que poderá mudar de partido e que Bolsonaro também sinalizou insatisfação e vontade de deixar a sigla. “Posso ser candidato a prefeito por outro partido, onde devemos ser tratados com a dignidade que a gente merece”, reforçou.
Como a própria nomenclatura diz, Partido Social Liberal, há diferentes partes em um todo, pois, em março deste ano, David já havia sinalizado insatisfação com algumas figuras da sigla, como a senadora Soraya Thronicke, que preferiu colocar o deputado federal Loester Trutis para ser o líder do partido na esfera municipal. “Se continuarem me tratando com essa indignidade, tanto eu como o deputado federal Luiz Ovando vamos sair. Porque assim fica difícil”, reclamou ele.
O deputado Capitão Contar não se posicionou ao ser indagado sobre a possibilidade de Bolsonaro ir para o DEM e ele acompanhar o presidente. “Vou continuar admirando ele [Bolsonaro] e meu partido é o Brasil”, declarou.
Contar adiantou que, mesmo com as conversas de bastidores da possibilidade de mudança de partido do presidente, a sigla tem se mobilizado para cumprir a “missão”, que é apresentar “ótimos candidatos para os 79 municípios do Estado”. E completou: “Queremos que a renovação continue e o PSL representa esse anseio”.