Correios decretam greve nacional
11 de setembro de 2019Em assembleias realizadas na noite desta terça (10), os trabalhadores dos Correios decretaram greve nacional. Em todos os estados – e no distrito federal – as assembleias deliberaram pela paralisação a partir da zero hora desta quarta-feira (11), depois que a federação nacional da categoria informou que a direção da empresa recusa qualquer negociação.
A direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) oferece 0,80% de reajuste. Com uma inflação acumulada de 4% no período, os funcionários teriam uma perda de mais de 3% no poder aquisitivo do salário. Além do reajuste abaixo da inflação do período, a empresa quer reduzir o número de tickets alimentação, acabar com vale cultura, e retirar outras cláusulas sociais do acordo coletivo, segundo a presidente do Sintect-MS, Elaine Regina Oliveira.
“A intransigência da direção da empresa não deixou outra alternativa pois o governo quer impor um arrocho salarial que somadas às perdas das cláusulas sociais que a empresa quer promover significa um “retrocesso brutal” na remuneração dos trabalhadores dos Correios, que já recebem o menor salário entre as estatais federais”, disse.
Elaine diz ainda que é preciso se desfazer “mitos” que são divulgados sobre os Correios, uma empresa lucrativa, segundo ela. “Nos dois últimos anos foram R$ 700 milhões de lucro líquido. A ECT repassa dinheiro para o governo federal a título de dividendos pois o governo é o acionista. É realmente um mito que os Correios representem algum ônus para o governo. É o contrário, o governo é que retira dinheiro dos Correios”.
Segundo Elaine nunca se viu uma direção da empresa tão intransigente, a ponto de recusar a proposta do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que propôs a prorrogação do atual acordo coletivo de trabalho por 30 dias, para que as negociações tivessem continuidade num clima de tranquilidade e se pudesse chegar a um consenso. “É a direção da empresa e o governo Bolsonaro que estão apostando numa radicalização. Querem impor de qualquer maneira uma redução real em nosso poder aquisitivo, que já é pequeno. Nessa circunstância não restou outra alternativa: greve nacional por tempo indeterminado”