Barbosinha diz que Dourados vai sentir falta de O Progresso nas mesas do café da manhã
26 de setembro de 2019Ao lamentar o que chamou de “a manchete mais retumbante de todas as quase 14 mil edições que já fez chegar às nossas mesas de café da manhã”, o deputado Barbosinha (DEM-MS) enumerou, em discurso no Grande Expediente da sessão desta quarta-feira (25), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, os feitos conquistados pelo jornal O Progresso ao longo dos últimos 68 anos. Nesta semana, a direção da empresa anunciou a interrupção da versão impressa do jornal, que também vai adotar o modelo de jornalismo online para continuar levando as notícias para Dourados e Região
Ao destacar o slogan ‘Pensamento e Ação por Uma Vida Melhor’ como “fruto da cabeça brilhante de um pensador, Weimar Gonçalves Torres, refletindo o otimismo contido na proposta de fazer jornal assumida ainda em 1920 pelo pai de Weimar, o advogado José dos Passos Rangel Torres”, o deputado citou algumas das principais notícias reproduzidas ainda na primeira edição de O Progresso quando passou a funcionar a partir de 1951, com sede em Dourados.
Para enumerar o sentimento de toda a comunidade com o anúncio do fechamento do jornal, o deputado diz que predomina “uma sensação de perda, ao mesmo tempo que uma certeza, de que o pensamento e ação por uma vida melhor vai continuar, na versão digital”.
Comparando o episódio dessa transformação do primeiro diário de notícias do estado, desde os tempos do Mato Grosso uno, Barbosinha rememorou a obra de Charles Chaplin que, já nos idos de 1930, alertava, com a tragicomédia ‘Tempos Modernos’, que “o ritmo da senda desenfreada da revolução tecnológica está a nos exigir, hoje, mais do que ‘apertar parafusos’, ou seja, é preciso conhecer os fundamentos do porque se deve ‘apertar parafusos’.
O deputado douradense disse, no discurso, aparteado também pelos deputados Marçal Filho e Felipe Orro, que um dos símbolos dessa trajetória, o jornalista Wander Verão, “ainda menino, ajudando a limpar o chão pelos corredores do jornal, atuando como estafeta, levando papel de um lado pro outro e depois notabilizado chefe de redação – com quase 50 anos de atividade no mesmo lugar – é o exemplo da perseverança.
“O mesmo Wander Verão, o menino que limpava o chão, já chefe de redação, permaneceu muito tempo com a tradicional máquina de escrever modelo Olivetti, das antigas, ao lado de um dos hoje também antiquíssimos modelos que geravam a versão MS-DOS, ainda um corpo estranho na vida dos jornalistas que atuavam na redação de O Progresso, compromissado com a trajetória de Rangel Torres, a visão futurista de Weimar, os pés no chão do sempre centrado Wlademiro do Amaral e a perseverança da diretora Adiles do Amaral Torres com as filhas June e Blanche Torres, que traduzem a saga do nosso mais tradicional jornal impresso na história das Comunicações em Mato Grosso do Sul”.