Coronavírus: pesquisa de cientistas de MS será analisada quanto ao seu potencial antiviral
6 de abril de 2020Pesquisadores de Mato Grosso do Sul vinculados ao Laboratório Sinova Biotec, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), estão trabalhando em parceria com a Universidade da Pensilvânia (EUA) em estudos para a produção de medicamentos que possam tratar o novo conoravírus.
A ação coordenada pelo pesquisador doutor em bioquímica, Octávio Luiz Franco, tem como objetivo enviar amostras de proteínas sintéticas produzidas a partir de informações do genoma de vespas, jararacas e cascavéis, que apresentaram atividades antivirais em estudos anteriormente realizados.
“Essas proteínas já vinham sendo estudadas há alguns anos para a produção de novos antibióticos, com sua comprovada atividade antiviral nosso grupo de pesquisa compartilhou o resultado com grupos de mais de 26 países; agora as amostras seguem para análise na Pensilvânia”, afirmou o pesquisador.
Octávio Franco é o pesquisador coordenador do primeiro Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia a ser implantado em Mato Grosso do Sul. Um investimento de R$ 7 milhões que reuniu esforços do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Fundect, CNPQ, Capes e UCDB.
O INCT tem como um dos objetivos principais o trabalho com moléculas bioinspiradas (moléculas sintéticas feitas a partir de conhecimentos da natureza) para desenvolvimento de antibióticos para a produção animal, atuando na diminuição de infecções de animais, aumentando assim a produção.
“Em Mato Grosso do Sul, o INCT se destaca como um forte investimento na Ciência e Tecnologia, porém cientistas e pesquisadores ainda carecem de muitos recursos Brasil afora, trabalham de forma praticamente heroica. É preciso que cada vez mais governos e sociedade encarem a ciência e a pesquisa como algo essencial”, conclui Octávio.
O diretor-presidente da Fundect e secretário-adjunto da Semagro, Ricardo Senna, afirmou que o desenvolvimento econômico sul-mato-grossense e brasileiro precisa estar ancorado na promoção da ciência, da tecnologia e da inovação. “Esse tripé tem condições de acelerar a modernização da nossa economia. Para tanto, é necessário investir no sistema estadual de ciência e tecnologia, e é isso que o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul vem se em empenhando em fazer por meio da Semagro e da Fundect.