Dourados já registrou quase 1.500 acidentes no 1° semestre
27 de setembro de 2021As estatísticas mostram que Dourados precisa urgentemente ter revisto o seu sistema viário e a política de trânsito como um todo para cessar uma bola de neve que prejudica, mata e gera custos a todos: os acidentes.
Para efeito comparativo, no último semestre de 2019, o SAMU atendeu 906 ocorrências. No primeiro semestre de 2020, em plena pandemia, com medidas restritivas de circulação, atendeu 772 ocorrências de acidentes no complicado trânsito da cidade. O Corpo de Bombeiros foi chamado para atender 644 ocorrências de acidentes de trânsito no 2º Semestre de 2019, antes portanto do início da pandemia. No 1º Semestre de 2020, já na pandemia, foram 630 ocorrências. Neste primeiro semestre de 2021, 1º Semestre de 2021 foram 599 ocorrências de acidente de trânsito. A soma desses números (1.402 acidentes no primeiro semestre de ste ano) fala por sí só: é a beira do precipício se o tema não for tratado com mais técnica e profissionalismo.
Todos esses atendimentos foram direcionados ou para a UPA ou para o Hospital da Vida, que é a unidade hospitalar preparada com setor de ortopedia para receber pacientes com traumas. Em alguns casos, o acidentado passou pelos dois lugares, já que certas fraturas só são constatadas após raio X. Como a UPA atende os casos mais simples, quando há apenas arranhaduras, por exemplo, ao chegar lá após o raio x pode ser constatada uma quebradura e então o paciente é encaminhado para o HV. Para efeito comparativo, no último semestre de 2019, o SAMU atendeu 906 ocorrências. As medidas restritivas podem ter sido a causa dessa pequena redução no número de ocorrências.
Para o vereador Juscelino Cabral, que entende bastante do assunto (é servidor concursado do Detran e já ocupou a diretoria da Agetran) e é membro da Comissão Permanente de Transporte e Trânsito da Câmara Municipal, o problema é antigo e realmente precisa ter um olhar mais atento por parte dos gestores. “Temos uma situação de engenharia, de fiscalização e educação. Esse tripé precisa nortear as políticas de trânsito. Na educação foi sancionado um projeto de minha autoria sobre o assunto. Na questão da fiscalização temos discutido uma participação maior da Policia Militar e a necessidade de aumentar o quadro da Agetran, por exemplo”, disse o presidente da Comissão a O Progresso. “Na questão da engenharia veja-se o caso da Rua Monte Alegre. Até quando, por questões políticas ou conveniência deste ou aquele setor vamos carregar esse problema? É um problema que precisa ser resolvido. Temos a questão dos semáforos na Hayel Bom Faker. O sistema foi discutido? funciona? a questão de ruas que precisam ser alargadas, as vias parques. Quantas teremos para dar opções aos condutores e desafogar algumas ruas?”, ponderou Juscelino. “Tudo isso precisa sair do campo das ideias e é a principal causa desse absurdo numero de acidentes que se registra praticamente todos os dias na cidade”, concluiu.
Com uma frota de 163.935 veículos, segundo dados do Detran/MS, à qual deve ser acrescida milhares de bicicletas, os números de acidentes e todas as estatísticas relativas ao setor o trânsito de Dourados é comparável a um copo que transbordou. O resultado dessa conta que não fecha (ruas “apertadas” e grande número de veículos) são inúmeros “gargalos” e os números impressionantes de acidentes anotados pelo SAMU e Corpo de Bombeiros.
Mapeamento do Corpo de Bombeiros aponta que a malha viária da cidade conta 23 principais cruzamentos onde mais ocorrem acidentes. O estudo mostra ainda que a avenida Marcelino Pires é a líder em ocorrências. Dos 23 cruzamentos mais perigosos de Dourados, pelo menos cinco chamam a atenção. O que mais registra acidentes fica entre a avenida Joaquim Teixeira Alves e a Quintino Bocaiúva. Em seguida os cruzamentos entre a Floriano Peixoto e Olinda Pires de Almeida, a Monte Alegre com a Barão do Rio Branco, a Ponta Porã com a Benjamin Constant e a João Vicente Ferreira.
Neste domingo, 25, se celebra o Dia Nacional do Trânsito, isntituído em referência à regulamentação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), ocorrida em 23 de setembro de 1997 pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, sendo promulgado e aprovado dois dias depois.Com 1.402 acidentes de transito em apenas um semestre, somados os atendimentos feitos pelo SAMU e pelo Corpo de Bombeiros, os números mostram que Dourados tem pouco a comemorar.
Outro lado Até o fechamento desta edição a reportagem não conseguiu obter uma posição da Agencia Municipal de Transporte e Trânsito sobre o assunto abordado na matéria acima.
Fonte: Dourados Agora