Sesquicentenário da Retirada da Laguna tem eventos hoje e amanhã
12 de julho de 2017O Comando Militar do Oeste (CMO) realiza, nesta quarta-feira e quinta-feira, nas cidades de Jardim, Nioaque e Anastácio (Porto Canuto), as comemorações do sesquicentenário da Retirada da Laguna, um dos principais episódios que marcaram o conflito da Tríplice Aliança, entre 1864 a 1870 e que resultou na perda de pelo menos 2.300 soldados brasileiros que se embrenharam em território paraguaio para defender a pátria.
A 13ª Jornada Cultural da Retirada da Laguna, que representa esse fato histórico, será realizada nos três municípios reunindo instituições civis, historiadores, pesquisadores e professores integrantes do Projeto 150 Anos da Retirada da Laguna, iniciado em 2016 pelo CMO e entidades parceiras para reviver uma parte da história da Guerra do Paraguai.
De acordo com a assessoria do CMO, o objetivo da jornada é promover o estudo e a divulgação do evento histórico da Retirada da Laguna e das Operações Bélicas ocorridas na Província de Mato Grosso durante a Guerra da Tríplice Aliança, sob a coordenação geral do Centro de Análise e Difusão do Espaço Fronteiriço (CADEF) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
A programação começa nesta quarta-feira (12), das 14 às 16h, com visita ao Cemitério dos Heróis e ao Rio Miranda, em Jardim; seguindo-se, às 19h, palestra e entrega de medalhas alusivas à data. Na quinta-feira (13), em Nioaque, das 9 às 11h30,acontece a encenação do confronto final da Retirada da Laguna, na Praça dos Heróis, que contará com cerca de 140 atores voluntários, sob a coordenação do Exército e participação do ator e diretor de teatro da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Fábio Germano.
Ainda na quinta-feira, das 14 às 15h, a Jornada Cultural realiza visita a Porto Canuto, no município de Anastácio, à margem do Rio Aquidauana, onde aconteceu o término da Retirada da Laguna.
A RETIRADA
O fato, histórico e emblemático, marcou a luta das tropas brasileiras contra as tropas paraguaias em situações adversas. Já no desenrolar da guerra, em 1867, o Exército Brasileiro enviou para a frente de combate um efetivo de cerca de três mil homens, liderados pelo coronel Carlos de Morais Camisão, que decidiu adentrar o território paraguaio até alcançar Laguna (nas imediações da cidade de Bela Vista), o que ocorreria em abril do mesmo ano.
Os soldados brasileiros foram acometidos por fortes investidas paraguaias, pela fome, pela defasagem logística e por vários tipos de doenças. Sem alternativa, as tropas brasileiras foram forçadas a se retirarem de Laguna, como única possibilidade de garantir a vida dos sobreviventes. Dos três mil soldados enviados inicialmente para compor as tropas que invadiriam o território paraguaio, apenas 700 deles sobreviveram. Seus nomes estão gravados em um monumento em Porto Canuto (na cidade de Anastácio).
A retirada de Laguna ocorreu entre 8 de maio e 11 de junho de 1867 e percorreu uma vasta região no Mato Grosso do Sul que hoje representa os municípios de Bela Vista, Antônio João, Guia Lopes, Jardim e Nioaque.