Dourados tem segundo caso de pai assassinado pelo filho em três meses

Dourados tem segundo caso de pai assassinado pelo filho em três meses

13 de junho de 2022 0 Por meums
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Cerca de 90 dias após um homem assassinar e colocar fogo no corpo do próprio pai, a população de Dourados volta a se deparar com um crime chocante na cidade envolvendo a mesma ligação sanguínea, a brutalidade e o uso exacerbado de drogas, lícitas e ilícitas.

Nesse domingo (12), Júlio César de Almeida, 45, matou seu progenitor, João Antônio de Almeida, 71, e a madrasta Elaine Chiapetti, 46 de forma violenta, sem haver, aparentemente, qualquer motivo específico, segundo as investigações até aqui.

Já no dia 13 de março, também em um domingo, Valdeci Vitorino do Nascimento, 50, tirou a vida do próprio pai, Josué Vitorino do Nascimento, cadeirante de 72 anos, e ainda carbonizou o corpo em uma fogueira acendida no quintal da casa em que moravam.

Barbárie 

Diversas coincidências ou semelhanças podem ser elencadas entre os dois casos registrados neste ano em Dourados.

De imediato, chama a atenção maneira violenta dos homicídios e o nível de parentesco entre autores e vítimas.

Em seguida, a frieza intrínseca aos relatos sobre os crimes por parte dos autores dos crimes. 

Valdeci, há três meses, justificou seus atos dizendo que pretendia “aliviar o sofrimento” do pai que, segundo ele, enfrentava problemas gerados pelo uso da cadeira de rodas e convivia com constantes dores pelo corpo.

Antes de arrastar o corpo do pai e colocá-lo na fogueira, Valdeci matou o próprio o idoso usando uma faca de serra, segundo levantamentos periciais.

Sobre o crime registrado ontem (12), Júlio disse que a ideia de matar o casal em residência no Canaã III “deu na cabeça” e em seguida assassinou João Antônio a facadas e machadadas, além de ceifar a vida da madrasta também desferindo machadadas na cabeça da segunda vítima.

Drogas

Outro ponto que chama atenção é a relação dos bárbaros crimes com o uso de drogas, sejam eles classificados como ilegais, sendo proibida a produção e comercialização no país, e também uso de drogas cuja a venda é amparada por leis.

Júlio, assassino confesso do pai e da madrasta, relatou que estava sob efeito do crack no momento em que chegou na casa e cometeu do duplo homicídio qualificado.

Produzida a partir da mistura de cocaína, bicarbonato de sódio ou amônia e água, o crack foi ‘inventado’ nos anos 1980, popularizada entre usuários de classe média no Brasil na década seguinte, se apresentando como um entorpecente supostamente mais barato que a cocaína.

Os efeitos a curto e médio prazo desta droga ilícita são devastadores. 

Já Valdeci Vitorino do Nascimento não usava drogas ilícitas, segundo as investigações.

O irmão do autor do homicídio detalhou, na época do crime, que Valdeci tinha transtornos mentais gerados pelo alcoolismo e uso de remédios controlados – ou seja, com prescrições médicas, mas consumidos com bebidas alcoólicas, comercializadas em qualquer distribuidora ou rede de supermercado.

Justiça

Os dois acusados estão presos. Valdeci segue detido na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), com ação penal suspensa até que sejam concluídos os “autos de incidente de insanidade mental”.

No caso mais recente, Júlio César está – pelo menos até o fechamento desta matéria, recolhido em cela da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados aguardando audiência de custódia.

FOTO INTERNA 1 – Equipe de perícia recolhendo os restos mortais de idoso vítima de homicídio ocorrido em março deste ano – (Crédito: Osvaldo Duarte/Arquivo/Dourados News)

FOTO INTERNA 2 – Machado e faca usada pelo autor de homicídio que vitimou casal em Dourados nesse domingo (12/6) – (Crédito: Osvaldo Duarte/Dourados News)

Fonte: Dourados News


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