Funcionários do HU entram em greve por salários e protestam contra redução de ‘insalubridade’
21 de setembro de 2022Trabalhadores e trabalhadoras vinculados a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) que administra o HU (Hospital Universitário) em Dourados fizeram protesto na manhã desta quarta-feira (21) e deram início a uma greve parcial.
A decisão foi tomada principalmente após uma redução no valor adicional pago para profissionais de saúde que atuam em funções nas quais são expostos a ambientes de risco, chamado de insalubridade.
Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e trabalhadores do setor administrativo também reivindicam reposição salarial e reajuste no valor pago referente ao vale-alimentação. Cerca de 800 pessoas estão vinculadas ao HU.
Eli Correia, do comando de greve, explicou ao Dourados News que apenas os trabalhos no setor administrativo do hospital foram completamente paralisados.
Em setores de maternidade e UTI (Unidade de Terapia Intensiva), 30% dos funcionários ‘cruzaram os braços’ e metade dos trabalhadores vinculados as demais clínicas também suspenderam atividades.
“O comando de greve se reuniu com a gestão [direção do hospital], para informar sobre os procedimentos de greve/movimento. Tiramos todas as dúvidas de quantitativo que poderia parar e pedimos o apoio da superintendência que se mostrou favorável ao movimento dos trabalhadores”, explicou Eli Correia.
Os funcionários do HU estiveram reunidos nesta manhã (21) em tenda montada no estacionamento da unidade hospitalar com faixa do Sintsep-MS (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal em Mato Grosso do Sul) reivindicando “reposição salarial”, “insalubridade inegociável” e “retroativo salarial”.
Posicionamento do HU
O Dourados News contactou a Ebserh que em resposta reiterou respeito ao movimento dos trabalhadores, mas considerou inoportuna a medida tomada já que o processo de negociação está em andamento.
Confira a nota na íntegra:
O processo de negociação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) esclarece com as entidades sindicais se prolongou por mais de 20 rodadas.
A relatora do processo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ministra Delaíde Miranda Arantes, de acordo com a jurisprudência do próprio TST, transformou aquele processo em dissídio coletivo de natureza mista, tornando possível que os ACTs ainda em negociação possam ser julgados imediatamente.
Empregados, assim como a própria Ebserh, anseiam por um rápido desfecho para esse longo período de negociação.
O TST abriu prazo, em 15/09, para manifestação das entidades sindicais e notificou o Ministério Público do Trabalho para emissão de parecer. Com a greve anunciada pelas entidades sindicais para iniciar em 21/09,espera-se que a Relatora se pronuncie sobre os limites a serem observados no movimento grevista.
Diante do cenário exposto, a Empresa considera como inoportuna qualquer medida tomada à revelia do TST, tendo em vista que o processo de dissídio ainda aguarda julgamento.
A gestão do HU-UFGD reitera seu respeito ao movimento e, assim como todos, anseia por um rápido desfecho, que contemple as necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras.
Os trabalhadores do HU estiveram reunidos nesta manhã (21) – (Crédito: Osvaldo Duarte/Dourados News)
Fonte: Dourados News