O homem e suas vaidades, com capa de humildade
19 de dezembro de 2017Por Jackeline de Lara*
Sobreviver a todas as situações, sem um arranhão, é algo impossível e todos sabemos. A vida nos coloca o tempo todo frente às questões em que somos obrigados a nos posicionar, algumas vezes até o tempo de uma reflexão para saber claramente o que fazer, é insuficiente ou inexistente.
Somos constantemente colocados em cheque mate, e quando acreditamos realmente que é impossível uma vida sadia, estando neutro em situações complicadas, aí é que o bicho pega. Pior é quando tanto de um lado, como do outro, há erros e acertos, e isso é mais comum que se pode imaginar.
No campo profissional, amoroso, religioso, de amizades, a sensação é sempre de que há uma guerra silenciosa, cravada entre dois lados, eu diria três, o lado A, o lado B, e o lado certo, que normalmente só existiria na prática se ambos os lados, cedessem, se ouvissem, e realmente estivessem com o puro interesse de se resolver o “problema”.
Os que estão sempre neutros, se de um lado são chamados de covardes, medrosos, duas caras, infiéis, por outro, já os que se posicionam de um lado ou de outro, os chamados sangue quente, loucos, briguentos, explosivos, barraqueiros, puxa sacos, esses vivem a vida no 8 ou 80, hora no céu, hora no inferno.
O que se nota é que cada um defende os interesses do que de alguma forma lhe trás lucro, seja financeiro, por uma vaidade, etc. Não há na essência uma preocupação pura em honesta, com o outro, mas no final é o próprio eu quem fala mais alto, e o outro serve de base para o inchaço deste ego, tão pequeno, embora tão gigante aos próprios olhos.
É uma competitividade de virtudes, vitimização, uma vaidade absurda, com capa de humildade, quase acreditamos que há uma guerra santa, em que os guerrilheiros são moradores do céu. De um lado os puxa sacos (conforme a oposição), de outro os vagabundos vitimistas (conforme a oposição), você vê sangue no olhar, ódio no escrever e falar, uma crueldade atada aos sentimentos mútuos, e no meio de tudo os maiores prejudicados, sempre os verdadeiros inocentes.
Bom seria uma conversa imparcial, troca de experiências, informações, documentos, boa vontade em ceder, desejo ardente em resolver. Humildade, com ela os problemas seriam resolvidos, amizades nasceriam, inimizades morreriam, é uma pena que até hoje nem eu, nem você, foi capaz de encontrá-la.
* Jackeline de Lara, graduada em Pedagogia, especialista em Educação Especial e em Educacão Infantil e Séries Iniciais, proprietária do Espaço Kids. Casada e mãe de duas lindas meninas.