Cyborg explica desafio a Megan, mas diz que aceitaria enfrentar Amanda
31 de dezembro de 2017“Gostaria que a minha categoria crescesse”, justificou campeã peso-pena do Ultimate, que também se empolgou com sangue no nariz durante luta principal do UFC 219
Cris Cyborg manteve o cinturão peso-pena do Ultimate na madrugada deste domingo, quando derrotou Holly Holm na luta principal do UFC 219, em Las Vegas, EUA. A “Filha do Pastor”, no entanto, se mostrou um verdadeiro teste para a brasileira, que até então nunca havia lutado cinco rounds em 12 anos de carreira.
Ao final do combate, Cyborg desafiou Megan Anderson, campeã peso-pena do Invicta FC (evento de lutas exclusivamente femininas). A americana respondeu no Twitter, afirmando que “essa é a luta a ser feita na sequência”. Mas o Ultimate parecer ter outros planos para a curitibana: casar uma superluta com a campeã peso-galo da organização, Amanda Nunes.
Em entrevista ao Combate.com logo após a vitória deste domingo, Cris explicou o motivo de ter desafiado Megan em vez de Amanda, no octógono.
– Eu gostaria muito que a minha categoria crescesse, né? Lutei tanto para ter a categoria peso-pena no UFC e, se você não der oportunidade pras outras meninas que lutam nessa categoria há tanto tempo de disputar o cinturão, aí não é esporte. Por isso que eu falei, se for a Amanda e o UFC quiser fazer essa luta, tudo bem, mas eu acho correto uma pessoa da minha categoria disputar o cinturão. Então, para mim, (a próxima) seria a Megan Anderson – declarou.
Ao programa “Sensei SporTV”, a brasileira afirmou que enfrentaria, sim, a “Leoa”, caso a organização optasse pela superluta.
– Eu sempre disse que não queria lutar com brasileira, mas a Amanda Nunes já está me desafiando, desafiando quem ganhasse essa luta, então eu luto com quem o Dana White colocar. Se os fãs querem ver essa luta…com certeza os brasileiros vão ficar divididos. Eu gosto de lutar, é meu trabalho, e se me botarem para lutar com a Amanda essa luta vai acontecer.
Questionada se é a melhor lutadora do mundo, Cyborg sorriu tímida:
– Não. Eu sou a Cris Cyborg. Estou trabalhando, deixo os meus fãs pensarem nisso.
A brasileira, que nunca havia sangrado em uma luta anteriormente, ostentava com orgulho o nariz machucado.
– Sangrei um pouquinho, mas eu fiquei muito empolgada (quando vi). Nunca saiu sangue do meu nariz antes, foi a primeira vez. Na real, eu tentei limpar e ir pra guerra, curtir. Me deu mais adrenalina ainda.
Multicampeã de boxe e de kickboxing, Holly levou perigo a Cyborg em todos os rounds e foi muito elogiada pela curitibana.
– Eu estou feliz, consegui mostrar um pouco do meu trabalho. A Holly é uma grande adversária, a gente não consegue fazer uma grande luta se não tiver uma grande adversária. Essa luta foi ela que me ajudou a fazer. A Holly corre bastante, tem muita experiência e fez com que a luta fosse empolgante. Não sei se foi a luta mais importante da minha carreira, porque eu ainda vou lutar mais, essa não foi a última. Quem sabe quando eu me aposentar eu vou conseguir saber se essa foi uma das mais duras que eu já fiz.
Cris declarou que não levou o combate para o chão porque não teve oportunidade. Ela também se disse mais madura e paciente ao controlar suas emoções e seu estilo de luta dentro do cage.
– A gente treinou quedas. Se tivesse a oportunidade de levar para o chão, a gente levaria. Eu senti que ela estava muito escorregadia para levar para o chão, e eu estava me sentindo bem em pé. Eu gosto de lutar em pé, então continuei onde estava dando certo. A gente treinou tudo, só que mudou um pouquinho. Não posso mais lutar na loucura e foi isso que a gente trabalhou. Tem que ter paciência e, no momento certo, na hora certa, tentar finalizar a luta. No final do terceiro round, eu vi que ela sentiu uma mão, eu continuei dando a sequência… quase que acabou, mas tudo bem, foram cinco rounds (risos) – finalizou
Combate – GloboEsporte