Análise: Corinthians já sente (muita) falta de Jô e precisa de opções a Kazim
18 de janeiro de 2018Kazim é carismático, esforçado e faz seus golzinhos de vez em quando. Mesmo assim, o Corinthians precisa logo de um nome de maior peso no comando do ataque para que o 4-1-4-1 implantado pelo técnico Fábio Carille possa surtir efeito em 2018.
Um novo camisa 9 só vai chegar – se chegar – após a eleição presidencial de 3 de fevereiro. Até lá, o Corinthians vai continuar sentindo muita falta de Jô, negociado com o Nagoya Grampus, peça fundamental de Carille nos títulos de 2017.
Coube a Kazim a missão de substituir o artilheiro nos três primeiros jogos de 2018. Até fez um gol contra o Rangers, e também enfrentou PSV e Ponte Preta, este último na quarta-feira, no Pacaembu, em derrota alvinegra por 1 a 0.
O duelo resumiu o quanto Jô faz falta:
- Kazim não tem a mesma capacidade de reter a bola no ataque e fazer o pivô, abrindo espaços para os meias avançarem;
- Também não há um jogador de área no elenco que consiga buscar jogo pelos lados, como fazia Jô, servindo de apoio para os laterais;
- A bola chega, mas o centroavante não tem conseguido finalizar. Contra a Ponte, foram 16 chutes a gol, apenas dois do gringo;
- Brigador, Kazim tem feito mais faltas – foram cinco cometidas, contra três sofridas.
O início do Paulistão é o melhor momento para testes. Kazim não deve ser a resposta, e por isso Carille precisa dar chances a outros jogadores na função. Contra a Ponte Preta, o gringo jogou os 90 minutos. Sua melhor oportunidade foi após cruzamento de Lucca, no segundo tempo. Ele não conseguiu alcançar a bola.
O próprio Lucca, que atua mais pelos lados, pode ser opção como um 9. Há tempo e espaço para testá-lo. Júnior Dutra e Carlinhos, cria da base, também são alternativas. Os dois primeiros entraram contra a Ponte, mas nas vagas de Clayson e Jadson.
O esquema tático, agora, favorece ainda mais o centroavante. Com Jadson e Rodriguinho por dentro, a ideia de Carille é fazer com que mais passes cheguem até o camisa 9. Jô, que fez 25 gols em 2017, poderia até melhorar essa marca se continuasse no Timão 2018.
No primeiro jogo para valer na temporada, o Corinthians teve 65% de posse de bola, finalizou 16 vezes, contra cinco do rival, e levantou 23 bolas na área.
O novo 9 do Corinthians pode ser Henrique Dourado, que dividiu a artilharia do Brasileirão passado com Jô. Fábio Carille disse, após a derrota para a Ponte, que o novo centroavante seria a “cereja do bolo”. Uma cereja que pode definir, ainda em janeiro, os rumos que o Timão vai tomar em 2018.