Justiça decreta prisão de 11 integrantes do PCC
19 de janeiro de 2018O juiz em substituição legal na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Carlos Alberto Garcete, decretou, na quinta-feira (18), a prisão preventiva de 11 suspeitos de envolvimento em disputa entre as facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), que teria culminado na execução de uma pessoa por decapitação.
Segundo a denúncia ofertada pelo Ministério Público, os suspeitos são membros do PCC e sequestraram, no dia 18 de novembro de 2017, duas pessoas em frente a um comércio no bairro Jardim São Conrado, sendo uma delas menor de idade. Eles foram, então, mantidos em cárcere privado por dias, tendo sido transportados para outros esconderijos espalhados pela cidade e localizados no próprio Jardim São Conrado, no Jardim Noroeste, no bairro Taveirópolis e nas Moreninhas.
Embora o menor de idade tenha sido liberado três dias depois, o outro homem foi mantido prisioneiro até ser sentenciado pelo próprio PCC à morte. Assim, depois de ter sido interrogado e submetido a intenso sofrimento físico durante todo o período, o prisioneiro foi decapitado por alguns dos suspeitos. O corpo e a cabeça foram envoltos em um cobertor e em sacos plásticos, postos no porta-malas de um carro e jogados em pontos diferentes da região conhecida como “Inferninho”.
O tronco, sem a cabeça, foi encontrado por populares na manhã de 28 de novembro, 10 dias após o sequestro. resgatado por uma equipe do Corpo de Bombeiros e entregue à Polícia Civil, que instaurou inquérito para apurar sua identificação e a dos acusados do crime. Segundo o apurado pela Polícia Civil e divulgado à época da identificação do cadáver, José Carlos Louveira Figueiredo, de 41 anos, foi condenado à morte pelo tribunal do PCC.
Ainda segundo o narrado pelo Ministério Público, os crimes teriam ocorrido em razão do homem ter agredido anteriormente o filho de um dos suspeitos e devido à possível ligação dele com o Comando Vermelho, facção rival à dos denunciados. Deste modo, o órgão ministerial denunciou-os como incursos nos crimes de organização criminosa; sequestro e cárcere privado; ocultação de cadáver e homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Ao receber a denúncia, o magistrado Carlos Alberto Garcete, por considerar presentes os requisitos legais, atendeu o pedido do delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios e decretou de imediato a prisão preventiva de todos os suspeitos. “É evidente que crimes desta natureza – homicídio doloso qualificado, ocultação de cadáver, sequestro, cárcere privado e organização criminosa – trazem em seu bojo inquietação e insegurança à sociedade, notadamente quando há notícia de que procedem de grupos criminosos como o Primeiro Comando da Capital (PCC), o que faz emergir o fundamento da ordem pública”, argumentou o juiz ao decretar a prisão. O processo tramita em segredo de justiça.