Após queda na Taça GB, Flu embala no 3-5-2, quebra jejum e supera desconfiança
25 de fevereiro de 2018O Fluminense começou 2018 desacreditado. Também, pudera. Havia perdido jogadores importantes como Cavalieri, Henrique, Wendel, Scarpa, Dourado e Wellington Silva. Mas o time titular, completamente renovado vem, aos poucos, superando a desconfiança de crítica e torcida. E neste sábado alcançou um feito que o time de 2017 não conseguiu em oito jogos contra o Flamengo: bateu o arquirrival, em clássico disputado na Arena Pantanal.
São três goleadas nos três últimos jogos – venceu também o Salgueiro por 5 a 0 e o Bangu por 4 a 0. Um total de 13 gols marcados e nenhum sofrido. Não por acaso, a sequência veio após a queda precoce na Taça Guanabara. Uma eliminação que acabou sendo aproveitada da melhor forma possível pelo Tricolor.
Da desclassificação até a partida pela Copa do Brasil na última quinta-feira, foram 11 dias sem jogar. Neste intervalo, Abel Braga fez sete treinos, alguns em dois turnos. Aproveitou para aprimorar o esquema 3-5-2, corrigir erros e aumentar o entrosamento da equipe.
– Esquema bom é aquele que ganha jogo. Não gosto muito de falar de esquema. Eu queria fazer algo diferente esse ano. Está tudo na mesmice. Já que não temos um super plantel, super craques, estamos fazendo algo diferente em nossa simplicidade – disse Abel na coletiva.
Mas para alcançar o equilíbrio no modo do time jogar, Abel precisou de tempo. Primeiro, arrumou o setor defensivo. Os titulares estrearam na 2ª rodada e emendaram dois empates em 0 a 0 com Portuguesa e Botafogo. Depois, venceram Madureira por 2 a 1 e venceram Macaé e Caldense por 1 a 0. Abel garante que tudo estava dentro de seu planejamento.
Até aquele momento, o setor defensivo funcionava bem, mas o ofensivo estava longe de convencer. O meio criava pouco e o ataque quase não fazia gols. Sornoza estava em má fase, a torcida já começava a pegar no pé de Gilberto, Pedro vivia seca…
– Estamos conseguindo fazer o que nos propusemos: primeiro montar atrás para depois trabalhar a frente. Nossa transição está muito boa – disse o treinador na coletiva.
Após a pausa no calendário, a chave virou. O equatoriano emplacou três atuações dignas de camisa 10, o lateral-direito virou uma das principais armas do time e o centroavante voltou a marcar. Soma-se a isso, a nova fase artilheira de Marcos Jr., Marlon mantendo o nível de Ayrton Lucas pela esquerda e a contribuição de Jadson no apoio.
O período foi fundamental para que os jogadores assimilassem de vez o esquema com três zagueiros, pouco usual nos dias de hoje – a maioria dos atletas está acostumada a jogar em sistemas 4-3-3, 4-4-2 e variações. Os próprios jogadores reconhecem que e equipe vem crescendo.
– Nós nos entrosamos, principalmente naquela semana em que tivemos tempo para trabalhar – reconhece Gilberto.
– No começo foi difícil se adaptar, porque com três zagueiros, nós (no ataque) ficamos meio perdidos. Mas as coisas estão encaixando e está todo muito entrosado. Estamos fazendo tudo no automático agora – lembrou Marcos Jr.
– O grupo em si tem assimilado muito bem, tanto defensivamente quanto ofensivamente. A defesa está bem porque o ataque está ajudando e vice-versa. Estão todos se ajudando – analisou Gum.