Romeu Zema, do Novo, é eleito governador de Minas Gerais

Romeu Zema, do Novo, é eleito governador de Minas Gerais

28 de outubro de 2018 0 Por meums
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O candidato Romeu Zema, do partido Novo, foi eleito neste domingo (28) o novo governador de Minas Gerais. O candidato do Novo, vencedor do 1º turno, voltou a derrotar Antonio Anastasia (PSDB) no 2º turno e vai governar o estado a partir de 1º de janeiro de 2019, no lugar de Fernando Pimentel (PT).

Com 99,96% das urnas apuradas, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, Zema teve 71,80% dos votos válidos (6.962.164 votos) e Anastasia teve 28,20% dos votos válidos (2.733.834 votos).

“Vou fazer um governo escutando. E a partir de agora eu deixo de ser o candidato de muitos para me tornar o governador de todos”, disse Zema em entrevista à TV Globo. “Fui o candidato que mais visitou cidades, que mais trabalhou. E o mais importante, sem gastar R$ 1 de recurso público”. “Quero deixar claro a gravidade da situação do estado de Minas Gerais. Comparo ele com um doente terminal e nós vamos precisar tomar medidas urgentes isso vai ser essencial”, completou.

Na festa da vitória, Zema agradeceu ao povo mineiro que deu a ele um voto de confiança. “Tivemos uma votação muito expressiva, o que comprova que as pessoas querem mudança”, disse. Completando 54 anos neste domingo, ele afirmou que foi uma “feliz coincidência” o aniversário e a vitória nas urnas.

O novo governador do estado disse que a política tem que estar mais democratizada e que não pode estar com um grupo fechado. Afirmou ainda que situações como atraso de salário demanda medidas urgentes.

Os professores recebendo atrasado, os militares a mesma coisa, os pensionistas do estado também, as prefeituras sem os repasses. Então, isso tudo demanda medidas urgentes. Não dá para ficar esperando”, disse.

Ele acrescentou que essas medidas poderão ser impopulares, mas não detalhou quais seriam. “Não tem como viabilizar um estado falido sem você, em alguns momentos, adotar medidas no sentido de equalizar aí a questão do fluxo de caixa, que é o grande problema”, pontuou, reafirmando que haverá cortes em cargos de indicação política.

Afirmou também que a equipe de transição será constituída a partir desta segunda-feira (29), mas disse que ainda não há definição de nomes do secretariado.

Sobre as privatizações, afirmou que estão nos planos mais adiante. Entretanto, ponderou que, neste momento, a venda de estatais “não seria um bom negócio” para os mineiros porque o valor de mercado delas estaria “longe de resolver o problema financeiro de Minas”.

Romeu Zema (Novo) e o vice Paulo Brant (Novo) comemoram vitória com militantes do partido em Belo Horizonte — Foto: Raquel Freitas/G1

Romeu Zema (Novo) e o vice Paulo Brant (Novo) comemoram vitória com militantes do partido em Belo Horizonte — Foto: Raquel Freitas/G1

Romeu Zema Neto nasceu em Araxá, no Triângulo Mineiro, tem 54 anos, é divorciado e pai de dois filhos. Ele é empresário e formado em Administração de Empresas. Começou a trabalhar aos 11 anos. Foi cobrador, frentista, balconista, estoquista, caixa, comprador, vendedor, analista de marketing, analista comercial e gerente.

Em 1991, ele assumiu o comando das Lojas Zema, na época com quatro unidades, hoje o Grupo Zema, do qual é acionista, é composto por empresas que operam em cinco ramos: Varejo de Eletrodomésticos e Móveis, Distribuição de Combustível, Concessionárias de Veículos, Serviços Financeiros e Autopeças, com atuação em Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia e Espírito Santo.

Zema disputou a primeira eleição de sua vida, e sai vitorioso no pleito pelo partido Novo, do qual é filiado desde janeiro de 2018. Esta também é a primeira vez que a legenda elege um governador de estado no país.

Militantes do Novo fazem festa na Região Centro-Sul de Belo Horizonte em comemoração da vitória de Romeu Zema — Foto: Raquel Freitas/G1

O Novo foi fundado em 12 de fevereiro de 2011 e teve o registro deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral em setembro de 2015. Esta é a segunda eleição que o partido disputa.

Na eleição para governador, Zema esteve em terceiro, atrás de Antonio Anastasia (PSDB) e do governador Fernando Pimentel (PT), nas pesquisas durante toda a campanha. Na última semana do 1º turno começou a subir nas pesquisas e terminou na 1ª primeira colocação com 42,73 % dos votos válidos. Ele disputou o 2º turno com o senador Antonio Anastasia se mantendo sempre a frente com ampla vantagem nas pesquisas.

Durante a campanha o plano de governo do candidato sofreu alterações em pontos polêmicos como a proposta de privatizar a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia de Saneamento de Água de Minas Gerais (Copasa). Zema voltou atrás com relação a esta proposta.

Com um patrimônio declarado de R$ 69,7 milhões, o candidato firmou um compromisso em cartório de que só irá receber o salário após o pagamento para todo o funcionalismo. O compromisso também foi feito pelo seu vice, Paulo Brant (Novo).

Propostas

Entre as propostas e promessas apresentadas por Zema durante a campanha se destacam:

Administração

  • Redução de 21 para nove secretarias estaduais e corte de 80% dos cargos de indicação política – Da Boca do Candidato
  • Se comprometeu a só receber salário como governador quando colocar o pagamento do funcionalismo em dia – Vídeo de campanha
  • Morar em residência própria e transformar o Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador, em Belo Horizonte, em museu – Vídeo de campanha

Emprego

  • Simplificar e garantir agilidade na criação de empresas – Vídeo de campanha
  • Criar 150 mil postos de trabalho no primeiro ano de governo – Debate da Band Minas

Economia

  • Reviu a ideia inicial de privatização da Cemig e da Copasa em um primeiro momento de seu governo, mas não descartou totalmente a proposta – Entrevista ao G1

Educação

  • Otimizar espaços ociosos concedendo tais espaços à iniciativa privada com a contrapartida de bolsas escolares para alunos do ensino estatal – Plano de governo
  • Cartão para alunos do ensino público em cursos extracurriculares – Debate da Record Minas

Saúde

  • Fazer parcerias com o setor privado para complementar o atendimento do SUS – Debate da Band Minas
  • Parceiras com organizações sociais e filantrópicas para concluir e administrar alguns dos hospitais regionais em obra, dedicando 40% das vagas para atendimento do SUS – Debate da Band Minas
  • Médico da Família como alicerce das políticas de saúde básica – Plano de governo

Cultura

  • Vai privilegiar manifestações como o Congado e a Folia de Reis e diz que não vai privilegiar “aqueles mesmos grupos artísticos de sempre” – post no Instagram

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