Adolescentes que tentaram atear fogo em escola só queriam ‘fazer algazarra e bagunça’ em sala de aula, diz polícia
20 de março de 2019Polícia ouviu cinco pessoas, incluindo os adolescentes envolvidos e a vítima que denunciou o crime. Eles vão responder ao ato infracional em liberdade, conforme a delegada.
A Polícia Civil, após ouvir os adolescentes responsáveis por tentar atear fogo na Escola Estadual Joaquim Murtinho, concluiu que eles só queriam fazer algazarra e bagunça em sala de aula. Ao G1 a delegada Fernanda Félix, responsável pelas investigações, ressaltou que eles vão responder ao ato infracional semelhante ao crime de “exposição da vida ou a saúde de outrem”.
“Nós ouvimos os envolvidos, com idades entre 15 e 16 anos, incluindo a menina que ficou assustada e saiu pedindo socorro. O crime está previsto no artigo 132 e eles respondem ao ato infracional semelhante. Foi apreendido o isqueiro com um deles, que disse que carregava para sua defesa”, explicou a delegada.
Logo após o depoimento na Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij), eles foram liberados. Nenhum dos envolvidos possuía antecedentes criminais. “O AAAI – Ato de Apuração de Ato Infracional – agora será encaminhado para Vara de Infância e Juventude”, finalizou Félix.
Entenda o caso
Quatro adolescentes foram detidos após tentar atear fogo na escola, na região central de Campo Grande. Ao G1 o diretor adjunto Eugênio Fava disse que os envolvidos levaram isqueiros e spray aerosol. O fato ocorreu por volta das 11h30 (de MS) dessa terça-feira (19), no último tempo de aula do 1° ano do ensino médio.
Na ocasião, dois deles tentaram queimar as cortinas, enquanto outros dois ficaram na porta, para impedir a saída dos demais alunos. “Muitos começaram a gritar, principalmente as meninas. E como a coordenação fica no mesmo andar e a inspetora esta ali, a ação foi bem rápida. Os policiais da ronda escola também estavam lá na frente e já encaminharam os alunos para a delegacia”, ressaltou o diretor.
Ainda conforme o diretor, todos os alunos são novos, com exceção de um que é repetente escolar. “Não aconteceu nada que justificasse a atitude. O que deu a entender é que eles queriam se aparecer para os colegas. Foi feito o procedimento administrativo e os pais já foram chamados para saberem da situação. Além disso, dois devem ser transferidos”, explicou Fava.
O diretor ainda comentou que “a onde de desespero” se agravou por conta da tragédia que ocorreu em uma escola em Suzano, com 10 pessoas mortas. “Muitos alunos saíram correndo. Os adolescentes, na verdade, tentaram fazer um lança chamas e isso acabou apavorando. Mas, antes mesmo desta situação, nós já tínhamos solicitado um treinamento contra incêndio com o Corpo de Bombeiros e eles estão providenciando”, finalizou.