A mulher chata
22 de novembro de 2018Por Jackeline de Lara*
Reclama da marca do extrato de tomate, do latido dos cachorros do vizinho, da vizinha que varreu incorretamente a calçada, que inclusive, ela quando lava a própria o benhê precisa estar do lado.
Mexer no celular do marido é seu passa tempo preferido, só perde para as fofocas que faz noite e dia pelo telefone com as amigas iguais.
São o terror dos professores dos filhos, dos líderes religiosos, e dos liderados, quando lideram algo, sempre com críticas destrutivas, destiladas com um sorriso falso nos lábios, e um olhar que mata.
Normalmente se acham expert em tudo, no cuidado com os filhos, com a casa, em organizar reuniões com outras mães para ferrar algum professor, e tirar o líder religioso da igreja, já que ele é muito moderninho, ou apenas porque não às deixa manipulá-los.
Os esposos não têm viço, só meneiam a cabeça positivamente enquanto a faladeira discorre um assunto atrás do outro, se voltando à ele apenas para confirmar aos que a escutam, as baboseiras que ela diz.
Tudo o que foge ao próprio padrão da vida delas, é para elas estranho, errado, já que o cérebro, se limita ao que ela acreditar dominar bem.
É aquela que quando vem em um jantar ou almoço em sua casa, questiona seu modo de cozinhar, organizar sua casa, e até a educação dos seus filhos, mesmo que os dela estejam colocando fogo no seu sofá. Quer sempre te ensinar algo, e quando você consegue dizer uma frase, ela te corrige, mostrando como é que você deveria agir.
Aos próprios olhos elas são perfeitas, inteligentes, legais, santas, mesmo que todos fujam da sua presença. Normalmente são as que reclamam atenção, seja dos filhos, parentes, amigos, mas nunca estão dispostas a fazer algo em suas próprias casas para receber alguém, apenas quando querem algo em troca.
São inconvenientes em todos os sentidos, e não somam nunca, quando percebem qualquer vestígio de que sua ajuda será solicitada, elas somem, e até a poeira baixar dão as mais descabíveis desculpas, porque na verdade só sabem sugar, tirar, buscar proveito próprio em tudo, e servir, lhes é como uma doença contagiosa, querem é distância.
Todos conhecemos uma, ou mais mulheres chatas, talvez tenhamos alguns pontos comuns entre elas, mas precisamos refletir, buscar ver com sinceridade, aceitar e trabalhar isso, pois ninguém merece uma chata por perto.
Que possamos matar as chatices que fazem porte do nosso viver, porque podemos ser livres, mais alegres, e tudo isso depende do que há dentro de nós, não precisamos ser amanhã o que somos hoje, o mundo gira, o tempo passa, e atormentar a vida alheia, só trará dor e doenças psíquicas à nós mesmas, não vale a pena.
* Jackeline de Lara, graduada em Pedagogia, especialista em Educação Especial e em Educacão Infantil e Séries Iniciais, proprietária do Espaço Kids. Casada e mãe de duas lindas filhas.