Câmara aprova abertura de processante contra Junior Rodrigues
28 de maio de 2019A Câmara de Dourados aprovou, por unanimidade, a abertura de mais uma comissão processante contra parlamentar da Casa. Após denúncia feita pela ex-vereadora Virgínia Magrini sobre um suposto crime de responsabilidade político administrativo, com base em relatórios da CGU (Controladoria-Geral da União), Junior Rodrigues (PR), ex-líder da prefeita Délia Razuk (PR) na Casa, terá que passar pelo processo que pode resultar em sua cassação.
Foram 17 votos favoráveis e um impedimento à abertura da investigação. A definição terminou pouco depois das 23h40 desta segunda.
Também foi sorteada a processante que analisará o caso. O presidente será Marcelo Mourão (PRP), tendo como relator do processo, Silas Zanata (Cidadania) e Olavo Sul (Patriota) como membro.
Com exceções de Júnior Rodrigues (PR), impedido de votar e do presidente da Casa, Alan Guedes (DEM), que nesde caso só pode se pronunciar em caso de empate, todos os vereadores se posicionaram em aceitar a denúncia.
O caso
O documento protocolado na semana passada aponta para um suposto crime de responsabilidade político-administrativo por parte do parlamentar.
A ação é embasada nos relatos recentes da CGU (Controladoria-Geral da União), apontando para uma possível ligação entre Júnior Rodrigues (PR) e a empresa Batalinee Gomes Ltda.-ME, com nome fantasia Global Serv Prestadora de Serviços, na prestação de serviços de lavanderia junto a Funsaud (Fundação de Saúde de Dourados), que administra o Hospital da Vida e a UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
A denunciante diz que ‘há fortes indícios de que exista uma verdadeira troca de favores neste relacionamento entre a atual gestora e seu líder na Câmara até dezembro de 2018’.
Para embasar ela cita duas dispensas de licitação [números 88/2017 e 003/2018] e um pregão presencial número 002/2018.
O primeiro caso, conforme a denúncia, o desembolso por parte da Fundação é de R$ 188.184,00, enquanto no segundo, o valor citado é de R$ 138.096,94, ambas se dando em caráter emergencial e utilizando a lavanderia da PED (Penitenciária Estadual de Dourados) para firmar convênio entre as partes. Já em relação ao pregão, o recurso utilizado é de R$ 153.120,00, todos valores com indícios de superfaturamento.
Ainda segundo a denúncia, apesar dos serviços realizados nesses convênios, meses antes das contratações a direção da penitenciária e a Global já havia firmado compromisso para explorar o trabalho dos internos.
Conforme a Controladoria, se apresentam como integrantes da empresa contratada pela Funsaud, dois ex-servidores lotados no gabinete do parlamentar e outra pessoa que trabalhou na campanha eleitoral de Júnior Rodrigues.
“Desta forma, resta comprovado, o favorecimento da empresa Bataline, que firmou duas dispensas de licitação indevidas e um pregão com indícios de manipulação com a prefeitura Municipal, graças ao bom trânsito (troca de favores) do líder vereador Júnior Rodrigues com a prefeita Délia Godoy Razuk”, finaliza o pedido.