Exportações de industrializados de MS encerram 2018 com crescimento de 19%

Exportações de industrializados de MS encerram 2018 com crescimento de 19%

7 de fevereiro de 2019 0 Por meums
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A receita obtida com as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul em 2018 superou a projeção feita pelo setor, que era encerrar o ano próximo dos US$ 3,08 bilhões, e alcançou um montante de US$ 3,63 bilhões, um crescimento de 19% em relação a 2017, quando atingiu US$ 3,05 bilhões, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems.

Em dezembro de 2018, a receita com a exportação de produtos industriais alcançou US$ 283,2 milhões, aumento nominal de 2% em relação ao mesmo mês de 2017, quando o valor foi de US$ 277,2 milhões. No ano, com o montante de US$ 3,63 bilhões, a indústria respondeu por 64% de toda a receita de exportação de Mato Grosso do Sul, conforme destacou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende.

Os principais destaques ficaram por conta dos grupos “Celulose e Papel”, “Complexo Frigorífico”, “Extrativo Mineral”, “Óleos Vegetais”, “Açúcar e Etanol” e “Couros e Peles”, que, somados, representaram 98,0% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de produtos industriais ao exterior. No grupo “Celulose e Papel”, por exemplo, as exportações somaram US$ 1,94 bilhão, um aumento de 79% em relação ao ano de 2017.

Dos US$ 1,94 bilhão, 97,4% foram obtidos apenas com a venda da celulose (US$ 1,89 bilhão), tendo como principais compradores China, com US$ 1,06 bilhão, Itália, com US$ 212,8 milhões, Holanda, com US$ 174,8 milhões, Estados Unidos, com US$ 123 milhões, e Coreia do Sul, com US$ 50,2 milhões.

“Em 2018, apesar da pressão dos clientes, os preços de celulose continuaram em níveis elevados em relação a 2017, embora perto da estabilidade, como esperado. A demanda, por outro lado, permaneceu forte ao longo do ano. No segmento de papel, o cenário foi ainda melhor. A demanda e os preços internacionais mantiveram a tendência de alta abrindo espaço para incremento de preços no mercado doméstico, respondendo as melhores perspectivas para a economia brasileira”, analisou Ezequiel Resende.

Outros grupos

Já no grupo “Complexo Frigorífico” a receita conseguida na soma de janeiro a dezembro de 2018 foi de US$ 918,5 milhões, uma redução de 3% em relação ao mesmo período do ano passado, sendo que 36,8% do total alcançado são oriundos das carnes desossadas de bovinos congeladas, que totalizaram US$ 338,4 milhões, tendo como principais compradores Hong Kong, com US$ 185 milhões, Chile, com US$ 146,6 milhões, China, com US$ 65,7 milhões, Emirados Árabes Unidos, com US$ 62 milhões, e Arábia Saudita, com US$ 56,1 milhões.

“Mesmo com as operações deflagradas pela Polícia Federal, escândalos em grandes grupos frigoríficos e embargos à exportação de carne em Mato Grosso do Sul, o Estado conseguiu fechar 2018 com crescimento de 6,6% em receita gerada pela comercialização de carne bovina ao mercado estrangeiro. Foram movimentados US$ 546 milhões no ano passado, diante de US$ 512 milhões do ano anterior. Em reais, o valor supera os R$ 2 bilhões”, ressaltou o economista. 

O grupo “Extrativo Mineral” acumula uma receita de US$ 236,5 milhões no período analisado, aumento de 10% comparado com a somatória de janeiro a dezembro do ano passado, sendo que 82,5% desse montante foi alcançado pelos minérios de ferro e seus concentrados, que somaram US$ 144,4 milhões, tendo como principais compradores Argentina, com US$ 139,3 milhões, e Uruguai, com US$ 90,3 milhões.

“As exportações de minério de ferro do Brasil cresceram 25,4% em 2018 ante o ano anterior, mostraram dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No ano passado, as vendas externas do minério do Brasil atingiram 394,24 milhões de toneladas, ante 314,37 milhões de toneladas em 2017. A Vale, maior exportadora de minério de ferro do mundo e responsável por grande parte das vendas externas da commodity do Brasil, previu produzir 390 milhões de toneladas em 2018, o que seria um aumento de cerca de 6,5% ante 2017. Praticamente toda a produção da Vale é exportada”, detalhou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.

Para o grupo “Óleos Vegetais”, a receita alcançou US$ 193,5 milhões nos 12 meses do ano passado, um crescimento de 73% na comparação com o mesmo período de 2017, com destaque para farinhas e pellets, que somaram US$ 138,3 milhões, tendo como principais compradores Tailândia, com US$ 60,5 milhões, Coreia do Sul, com US$ 26,7 milhões, Indonésia, com US$ 26,1 milhões, Vietnã, com US$ 22,8 milhões, e Holanda, com US$ 11 milhões.

“Apesar do início tardio do semeio, a temporada 2017/18 de soja registrou produção superior à anterior. Ainda assim, de acordo com informações do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da ESALQ/USP, os preços se sustentaram ao longo de 2018, influenciados pelo intenso ritmo das exportações da oleaginosa e dos derivados. As vendas externas, por sua vez, foram favorecidas pela disputa comercial entre os Estados Unidos e a China. Os embarques de farelo de soja foram recordes em 2018, totalizando 16,89 milhões de toneladas, 19,2% acima do volume do ano anterior, acordo com a Secex. A receita obtida pelas vendas externas do farelo de soja foi de US$ 6,7 milhões, 34,9% superior à de 2017”, pontuou Ezequiel Resende.


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