Hortifrútis sofrem pressão e devem encerrar ano com recuo médio de 5%
21 de agosto de 2017Os hortifrútis devem encerrar 2017 com retração média de 5% nos preços praticados no atacado. A estimativa é de Flávio Godas, economista da Ceagesp, entidade ligada ao Ministério da Agricultura.
“Este ano, o clima e a produtividade permitiram excelentes safras de itens muito importantes como cebola, batata e tomate. Por outro lado, houve queda no consumo das famílias, ocasionando retração nos preços”, conta ele.
O economista lembra que que, em 12 meses, a queda média já chega a 8,14% e, no acumulado de janeiro a julho, 5,1%.
A redução no preço dos hortifrútis tem sido um dos principais fatores do recuo da inflação nos últimos meses. A notícia é boa para o consumidor, mas nada animadora para os produtores.
De acordo com o Índice Ceagesp, que monitora mensalmente a cotação de 150 itens, os produtos que mais sofreram nos últimos meses foram as folhosas, que apresentaram forte queda de 37,2% no acumulado dos sete primeiros meses do ano. Em 12 meses, o tombo é menor: 9,8%.
“Mantendo-se condições climáticas normais, não vejo mais espaço para queda nas verduras. Os preços, agora, devem se estabilizar”, estima Godas.
Também devem ficar estáveis os preços das frutas, que se mantêm dentro da normalidade da sazonalidade. Godas prevê, no entanto, que ainda há espaço para retração no preço de algumas leguminosas, como pimentão e quiabo. De janeiro a julho, os legumes já acumulam recuo de 15,3% e, em 12 meses, de 22%.
DÓLAR
A moeda americana não foi um fator de pressão, nem de alta nem de baixa, no preço dos hortifrútis este ano. Os itens importados respondem por 10% do volume transacionado no País.
“A moeda se manteve estável. A maior pressão costuma vir justamente neste período, por conta de alguns contratos de produtos típicos para o natal, como cerejas, damascos e ameixas, mas não vemos oscilações importantes de preços”, avalia Flávio Godas.
Balizador de preços de alimentos frescos no mercado, o Índice de Preços Ceagesp indica a variação dos valores praticados no atacado de frutas, legumes, verduras, pescado e diversos comercializados no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP).