Idolatrar dá menos trabalho que amar
21 de novembro de 2017Por Jackeline de Lara*
Educar, zelar, amar é o que acreditamos e gritamos ao mundo que fazemos, quando o assunto são nossos filhos. É um sentimento que dói na nossa carne quando algo ruim ocorre, e também o que transforma nossa escuridão na mais linda e perfeita luz, quando somos abençoados com momentos alegres junto à eles.
Pais são guias, educadores, protetores, com a missão de ensinar o caminho da vida aos seus filhos, são os primeiros responsáveis em corrigir atitudes reprováveis pela sociedade, e que se não aprendidas, trarão prejuízos no futuro.
O respeito ao próximo, desapego às coisas materiais, higiene pessoal, ser verdadeiro, honesto, entre outras qualidades que um ser pode e deve ter, são princípios básicos que uma pessoa deve ter, e ensiná-las, até mesmo para alguém que as possui, é algo tremendamente difícil. Somente uma mãe e um pai que muito ama, teria essa capacidade.
Sou mãe, tia, e desde 2010 trabalho com crianças a partir de 3 meses de idade, e afirmo com conhecimento de causa, que o ser humano já nasce com atitudes que prejudicam o outro, é a mordida, puxão de cabelo, tapa, furtar a borracha da colega de classe, a bola do amiguinho, até mentir, articular para roubar o cargo do outro, denegrir a imagem do outro, ser falso, grosso, assaltar um banco, matar.
Na infância são dados os sinais, quando joga pedra no gatinho ou afoga o filhote de cachorro, e tudo começa nas dentadas nos coleguinhas, que não são corrigidas energicamente em amor.
É pavoroso, ver uma criança sujando sua parede, e subindo com os pezinhos sujos em seu sofá, gritando para chamar a atenção, atrapalhando uma conversa, mordendo, empurrando outra criança, e a mãe com voz suave pedindo por favor para a criança birrenta parar, como se o (a) filho (a) fosse um ser sobrenatural, melhor que todas as outras pessoas, e tivesse direito a ser adorado (a). Sim, é muito comum mães que idolatram seus filhos, porque idolatrar dá menos trabalho que amar, já que amar exige zelar, exige um cuidar que o tornará um cidadão de bem, respeitável, e por fim, mais feliz, realizado, seguro e amado.
Pessoas mimadas são difíceis de serem amadas, para não dizer impossível. São arrogantes, mesquinhas, fracas, chatas, enjoativas e rejeitadas. Crianças “estragadas” por mães/pais se tornarão adultos infelizes, depressivos, solitários. E os pais que amam, preferem pagar o preço de ter trabalho, para poupar esse sofrimento para seus filhos.
É comum pessoas pouco instruídas, se orgulharem em dizer que seus filhos são superprotegidos, quando na verdade essas pobres crianças, não tem é o verdadeiro amor no seio familiar, que é uma fábrica de pessoas fracas, e não uma família de verdade.
Há mulheres que se escondem atrás dos filhos, para não enfrentarem a vida como ela é, para fugir das responsabilidades com o esposo enquanto esposa, usam os filhos para se mostrarem perante a sociedade, para tudo, menos para fazerem algo por eles, somente como uma mãe que ama, sem pretensão alguma, à não ser, o bem ao que deu a luz, enquanto seu filho vai crescendo, judiando e dando prejuízos aos que o cercam, sendo que nesse contexto todo, o pai normalmente foi um ser distante, apático, preguiçoso no cuidar dos filhos.
Quando você poda seu filho de brincar, se desenvolver, quando você tem preguiça de explicar com firmeza sobre o que é certo e o que é errado, e não aplica a correção (após o explicar, se não surtir efeito, as famosas e tão milagrosas varadas), pode ter certeza camarada, o mundo irá reagir, mas sem afeto, e você irá assistir sua criança aprender com dor.
Não há receita para educar filhos, todos erraram, mas a falta de limites, é a demonstração mais cruel, da falta também de amor que pais podem realizar para com suas crianças.
Ame seus filhos, a ponto de não deixar para alguém, sem amor, corrigi-los.
* Jackeline de Lara, graduada em Pedagogia, especialista em Educação Especial e em Educacão Infantil e Séries Iniciais, proprietária do Espaço Kids. Casada e mãe de duas lindas meninas.
realmente um texto para pensar e repensar,