Justiça Federal aceita denúncia contra cinco suspeitos de corrupção na Funsaud
20 de novembro de 2019Cinco pessoas envolvidas no suposto esquema de corrupção na aquisição de marmitas através de licitações fraudulentas destinadas à Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados) foram denunciadas pelo MPF (Ministério Público Federal) à Justiça Federal e se tornaram réus no processo.
A suspeita apontada pelo órgão fiscalizador é de que o grupo tenha desviado R$ 532 mil nos contratos para atender a alimentação de pacientes e servidores da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e o Hospital da Vida.
O ex-secretário de Saúde e ex-coordenador do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Renato Oliveira Garcez Vidigal e o ex-diretor financeiro da Secretaria, Raphael Henrique Torraca Augusto, presos no dia 6 de novembro dentro da segunda fase da Operação Purificação, são apontados como os ‘cabeças’ das ações.
Ambos estão na PED (Penitenciária Estadual de Dourados) desde a semana passada.
Além deles, a Justiça e acatou denúncias contra Ronaldo Gonzales Menezes, Sandra Regina Soares Mazarim e Dayane Jaqueline Foscarini Wink. O primeiro, alvo da fase inicial da operação é apontado como ‘laranja’ na empresa Marmiquente Comércio de Bebidas e Alimentos Ltda-ME, vencedora dos processos licitatórios, enquanto as duas mulheres atuavam como gerente administrativa da Funsaud e na contabilidade da Secretaria Municipal de Saúde, respectivamente.
De acordo com a decisão judicial a qual o Dourados News teve acesso nesta terça-feira (18/11), os réus têm 10 dias para apresentar defesa.
Fachada
Conforme mostrado em fevereiro deste ano, quando deflagrada a fase inicial da operação em Dourados, a Marmiquente foi contratada à época sem ao menos possuir funcionários e equipamentos.
Na denúncia aceita pela Justiça, aponta que a empresa não funcionava há pelo menos três anos.
“Ronaldo Menezes Gonzales, com a colaboração de Dayane Jaqueline Foscarine Wink (…), adquiriu apenas o registro da Marmiquente no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, a fim de possibilitar a sua participação nas licitações mencionadas antes mesmo da transferência de titularidade da empresa e de retomada de suas atividades comerciais”, diz trecho.
A denúncia ainda aponta que durante o pregão presencial 06/2017, que resultou na contratação da empresa, documentos ‘frios’ de serviços prestados por outro CNPJ, foram utilizados para atestar o funcionamento da Marmiquente.
Operação Purificação
A segunda fase da Operação Purificação foi desencadeada no dia 6 de novembro, mirando desvios de recursos federais na saúde pública de Dourados. Dois mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão foram cumpridos na maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul e em Presidente Epitácio (SP).
Além da contratação irregular na alimentação de pacientes, a Polícia Federal, com auxílio da CGU (Controladoria-Geral da União), mirou também supostas inconsistências em licitações para os serviços de transporte atendendo a Secretaria Municipal de Saúde e de serviços de informática para a Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados).