Monumento ao Colono é retrato do abandono em Dourados
1 de novembro de 2021Assim como praticamente toda a cidade, cartão postal tem pichação e mato no lugar das floreiras
Na entrada da cidade de Dourados, para quem chega de Campo Grande, está localizado o Monumento ao Colono. Construído no início dos anos 1990, o cartão postal é retrato do abandono, assim como praticamente toda a cidade, com matagal. Na última quinta-feira, dia 28, foi comemorado os 78 de criação da Colônia Agrícola de Dourados, a CAND, que mais tarde foi homenageada pelo então prefeito Braz Melo, com o Monumento ao Colono.
O Monumento que, posteriormente, ficou conhecido como a “Mão do Braz”, representa a maior homenagem à redenção econômica e aos pioneiros que vieram para Dourados quando tudo era mata virgem. A obra, um projeto do arquiteto Luiz Carlos Ribeiro, passou a ser o principal cartão de visita na época.
Na ocasião foram homenageados 50 colonos da CAND, criada em 28 de outubro de 1943 pelo ex-presidente Getúlio Vargas e que se constituiu no maior projeto de reforma agrária da região. Foi a partir desse período que Dourados passou a receber migrantes de vários cantos do País e se iniciou, de fato, o crescimento econômico.
O monumento, conforme explicou o arquiteto Luiz Carlos Ribeiro, retrata o desenvolvimento, o trabalho dos colonos, os distritos e os municípios vizinhos que também fizeram parte da CAND. A representação escultural foi feita através de braços e mãos em concreto, saindo do chão, como que retirando o que a terra produz e erguendo o desenvolvimento futuro representado, por sua vez, por lâminas de concreto que têm a forma de triângulo de vértice para baixo, conforme a explicação do autor.
Contudo, um dos principais cartões postais da cidade está abandonado. As mãos de concreto estão pichadas e as floreiras, que abrigam o nome de distritos e de cidades vizinhas que pertenceram a CAND, estão tomados por mato. Até pouco tempo eram enfeitados com flores. Arbustos também embelezavam o espaço. Agora, o monumento retrata o descaso e abandono, são só aos colonos, mas de toda a cidade.
Saúde caótica Um dos maiores gargalos da atual administração é a saúde. Semana passada, durante protesto em frente da prefeitura, servidores públicos anunciaram que vão deixar de comprar insumos básicos para os postos de saúde, como gazes, esparadrapo, entre outros. Como a prefeitura não tem dado assistência aos postos, os servidores tiram dinheiro do próprio bolso para manter as unidades, uma forma de atender os pacientes.
Cansados de fazer o papel da prefeitura, que tem sido omissa e não tem dado resposta de quando irá adquirir os insumos, eles anunciaram que não vão mais “tapar o sol com a peneira”. Nesta semana aumentou a quantidade de pacientes que foram dispensados dos postos por falta de luvas e materiais de curativo.