Mulher que perdeu pertences com temporal improvisa fogão para se alimentar

Os efeitos do temporal que devastou diversos pontos em Dourados a pouco mais de uma semana continuam revelando histórias de pessoas em situação de vulnerabilidade social que necessitam de assistência. Uma delas é a da dona Rosinha Benício de Lima, de 48 anos, moradora da região periférica do Jardim Santa Edwirges.

Encontramos a mulher cozinhando um pedaço de puchero em um fogão improvisado com apenas dois tijolos no chão.

O alimento foi conseguido através de doação, uma vez que a catadora de recicláveis não consegue mais trabalhar devido a fortes dores no braço, que tem se agravado em decorrência de uma infecção e outras complicações em uma cirurgia.

Parte da casa onde ela reside com o filho foi derrubada com o temporal. No local não há portas e a janela é segura por um pedaço de madeira. No interior do que sobrou da casa ficaram algumas roupas e um colchão que ela ganhou enquanto procurava recicláveis.

Fogão foi destruído com o temporal que atingiu Dourados no dia 01 de março / Foto: Hedio Fazan/Dourados News

O fogão à lenha que ficava no local também foi destruído com a enxurrada e agora ela cozinha no chão, utilizando dois tijolos como fogão e alguns pedaços de madeira como lenha.

Há cerca de sete anos ela sofreu um acidente de trabalho onde teve o braço quebrado em dois lugares. Desde então já passou por três cirurgias, mas agora enfrenta dificuldades pois o pino colocado está saindo com risco de infecção se espalhar pelo corpo.

“Eu precisava fazer outra cirurgia, mas quando a pandemia começou disseram que tinha que esperar porque não era de urgência. Agora essa dor tá espalhando e chegando no meu peito, tem dias que não aguento sair pra catar os recicláveis, não sei mais o que fazer, nem poder comprar os remédios eu posso”, lamenta a catadora.

Nos últimos anos ela conseguiu alguns trabalhos informais como doméstica em casas de família, entretanto, as fortes dores e a infecção exposta a impedem de realizar serviços de rotina, como lavar roupa ou varrer, isso fez com que ela perdesse os empregos.

Sem outra opção, voltou a catar recicláveis, uma atividade que também demanda esforço físico e piora o estado de saúde.

“Tem dias bons que eu consigo fazer uns 20, até 30 reais, mas tem dias que volto pra casa sem nada. Às vezes eu não consigo nem pegar o material porque o braço dói muito, então sobrevivo com o que as pessoas ajudam. Hoje mesmo ganhei esse ‘pucherinho’ que é o que ‘tô’ cozinhando nessa panela que sobrou depois da chuva”, disse.

Sem muitas expectativas Rosinha busca ajuda para conseguir realizar a cirurgia e, assim poder voltar a trabalhar.

Para maiores informações o telefone de contato é o (67) 9 9817-1135, falar com Rosangela (filha da catadora).

Fonte Dourados News