Não basta virar a página, precisamos mudar o livro

Por Jackeline de Lara*

Que a vida é cheia de surpresas boas, ruins, fases que adoramos relembrar, e algumas que não apenas queremos, mas precisamos esquecer, ou ao menos, fingirmos que por elas nunca passamos, tudo isso sabemos e muito bem, mas por que, mesmo tendo esses fatos tão claramente resolvidos em nós, continuamos nesse círculo vicioso, de conviver com péssimos relacionamentos, sejam eles no campo amoroso, profissão, amizades?

As relações tóxicas têm sido discutidas como nunca antes foi, talvez pela aceitação científica das doenças psicossomáticas, que normalmente são desenvolvidas, por causa não acúmulo de dias mal vividos por cada um de nós.

Além de psicólogos, psiquiatras, surgem a cada dia mais, tratamentos alternativos, como as terapias holísticas, que têm tido sucesso, com resultados rápidos e eficazes, embora haja ainda, preconceitos sobre esse tipo moderno de tratamento, iniciado na década de 90, que não anula os demais, há também as igrejas, grupos de autoajuda, que têm um papel fundamental na cura das emoções, e mesmo com críticas de uma parcela significativa de profissionais da área da saúde, os resultados positivos são comprovados, mas não podemos nos iludir, que é com todas as pessoas, daí cabe a cada um procurar o que melhor lhe convém, o importante é aceitar que sem ajuda, não vamos à lugar nenhum.

Uma companhia agradável enriquece nossa alma, nossa vida. Quem algum dia não estava doente, e ao receber uma visita, teve uma melhora quase que inacreditável? Quem ao passar por situações angustiantes, não quer por perto, apenas algumas pessoas, escolhidas à dedo, mesmo sem entender com profundida o porquê? Há um ditado popular, que diz que a boa conversa, cicatriza feridas, e é verdade.

Como é bom estar com pessoas auto astral, daquelas que não dificulta, mas ajuda a resolver, ou que simplesmente, sabe quando deve ficar apenas em silêncio, e ouvir. Pessoas negativas, ou que não são sinceras em sua postura, são as que tornam nossos dias mais pesados. Normalmente são inconvenientes, intolerantes, falsas, fofoqueiras, perigosas, capazes de matar e irem ao velório chorar.

Cortar o vínculo, e partir sem olhar para trás, é o único remédio, mas como é difícil, pois implica situações das quais não esperávamos entrar, e essas situações vão desde vínculos financeiros, familiares, filhos, e o apego, que talvez seja o mais forte laço nessas situações.

O apego, é também um vício, e como qualquer vício negativo, precisa deve ser tratado, durante o caminhar, é doloroso, parece que não haverá cura, e é muito comum as recaídas. Como é complicado se afastar daquela amiga que apesar de te colocar no céu às vezes, ela também te joga no inferno, outros momentos. Como é triste abrir mão daquele trabalho que te trás glamour, e/ou retorno financeiro agradável, ou você está nele por necessidades diversas, mas que você não tem prazer em realizar? E aquela paixão, aquele grande amor, que você sente saudades o tempo todo, que parece que não há outro prazer que se compare a estar junto, mas que abusa de você, com distanciamentos repentinos e inesperados, frieza sem motivos aparentes, agressividade  com gestos e palavras, e até violência física.

O mundo gira, e tem passado por transformações, os conhecimentos atuais, não se comparam aos passados, e tudo é aprendizado. A humanidade, com as experiências, tem aprendido muitas coisas, e só agora, desta forma, somente agora há tratamentos disponíveis para esse tipo de situação, que as vezes só se resolve com ajuda de profissionais, vontade e Deus.

Não podemos, nos acostumar com o que nos faz mal, fomos feitos para aprendermos a vencer barreiras internas, da nossa mente, e não para sofrimentos desnecessários. É necessário leituras sobre o assunto, buscar colocar em prática os conselhos de pessoas capacitadas, vontade de vencer, de se curar, e descansar em Deus, pois quando estamos nos esforçando para que as mudanças ocorram, o tempo, a vida está à nosso favor.

Da mesma forma que não usamos calçados que nos apertam, não precisamos de pessoas que nos trazem dor, pessoas que não nos ajuda à crescermos, à nos alegrarmos nos momentos difíceis, que não podemos contar. Há uma frase famosa, que não sei o autor, mas é recheada de sabedoria que diz que, algumas vezes não basta virar a página, precisamos trocar o livro, não percamos tempo, saúde, felicidade, troquemos o livro.

* Jackeline de Lara, graduada em Pedagogia, especialista em Educação Especial e em  Educacão Infantil e Séries Iniciais, proprietária do Espaço Kids. Casada e mãe de duas lindas filhas.