Opinião: Júnior Dutra encaixa no time e precisa ser titular do Corinthians
22 de janeiro de 2018Júnior Dutra já deixou claro que não possui as mesmas características de Jô, mas mostrou na goleada por 4 a 0 sobre o São Caetano que é, por enquanto, a solução imediata para a carência ofensiva do Corinthians.
Os 32 minutos em que ele ficou em campo no último domingo, no Pacaembu, foram suficientes para mudar a cara do Timão, até então em ritmo lento no segundo tempo. A equipe ganhou mobilidade, envolveu a marcação e aproveitou os espaços dados pela defesa adversária.
Kazim, paradão, participa pouco do jogo
O Corinthians fez um bom primeiro tempo combinando pelos lados Juninho Capixaba e Clayson na esquerda, e Romero e Fagner na direita. Jadson e Rodriguinho encostaram todo o tempo na área para auxiliar Kazim, preso à marcação e muito mal tecnicamente.
O Gringo da Favela apareceu quando se deslocou ao fazer belo pivô para Jadson abrir o placar aos 16 minutos. Mas foi só. Com os pontas e laterais a todo momento na linha de fundo, Kazim tinha a obrigação de dar opção para receber passes e finalizar. E não fez.
O vídeo a seguir explica isso. Clayson deu belo passe para Juninho Capixaba na área. O lateral-esquerdo driblou o marcador e, sem opção de passe, chutou de pé direito. Kazim tinha a marca do pênalti completamente livre para receber a bola e finalizar, mas ficou atrás de um dos zagueiros e ainda embolou o jogo com Romero.
É verdade que Júnior Dutra encontrou mais espaços com a tentativa do São Caetano de empatar no segundo tempo. O Azulão se abriu e ofereceu os contra-ataques. Mas, nos 16 minutos em esteve em campo na etapa final, Kazim foi uma peça nula, sem conseguir segurar a bola na frente ou abrir caminho para os passes os armadores.
O que melhorou com Júnior Dutra
Não foi apenas pelo gol marcado um minuto depois de entrar, em falha grotesca da defesa do São Caetano. Com Júnior Dutra, o Corinthians ganhou mobilidade e mais participação de sua referência na área. Jadson e Rodriguinho passaram a ter opções para toques em profundidade.
O vídeo abaixo resume o que aconteceu com o Timão após a alteração de Carille. Jadson tocou de primeira, e Júnior Dutra se infiltrou entre os zagueiros para receber a bola. O atacante não conseguiu dominar, mas enganou o goleiro Helton Leite.
Já nos acréscimos, um novo exemplo. O atacante deixou o zagueiro para trás com apenas um toque na bola depois de passe de Fagner e saiu outra vez na cara do goleiro. Errou a finalização, é bem verdade, mas produziu muito mais do que Kazim.
Júnior Dutra não jogará como Jô e talvez nem tenha a mesma qualidade do herói corintiano em 2017. Mas, com ele em campo, o ataque volta a ter a mobilidade que tinha no último Brasileirão, agora potencializada pela presença de Jadson mais próximo da área e pela boa dupla Clayson e Juninho Capixaba na esquerda.
Enquanto Carille não ganha o centroavante que tanto sonha, Júnior Dutra é a melhor opção do elenco para a posição e precisa ser titular. Sábado tem clássico contra o São Paulo…