Os degraus que unem ou matam o amor: só quem ama pode superá-los
22 de outubro de 2018Por Jackeline de Lara*
Em tempos, onde a importância do Amor Ágape é tão comentado nas redes sociais, igrejas, grupos, rodas de amigos, palestrantes, no seio familiar, na busca da união entre os seres humanos, na esperança de paz na terra, pois atualmente sabemos, que só haverá paz, justiça, quando o amor for aprendido entre nós, e amor também se aprende.
Ágape é uma palavra de origem grega, que significa amor, um amor que se aprende com a busca através de conhecimentos adquiridos através de pesquisas diversas, para os Cristãos, é obtido através da busca por Deus, é o amor em sua forma máxima, sacrificial, onde os próprios desejos ficam em segundo plano, em prol do bem do outro.
Quando pensamos em amor Ágape logo nos vem em mente nossos filhos, isso ocorre, porque esse tipo de amor é semelhante ao amor de Deus por nós, embora saibamos que o amor do nosso criador é infinitamente maior.
Amar sem egoísmo um filho, um irmão, um amigo, os pais, talvez não seja assim tão difícil, mas alguém que não faça tanta diferença em nossas vidas, e até um inimigo, sabemos que é complicado, mas não é sobre amar inimigos, amigos, parentes que o artigo de hoje tratará, mas a reflexão será sobre o amor Eros, esse mesmo, o amor dos apaixonados, entre homens e mulheres e casais homossexuais, que não deixam de serem casais. Usarei o termo homem/mulher, mas que abrange casais gays também.
O que alguém que ama é capaz de fazer, para alcançar o coração da pessoa amada? À que ponto pode chegar? Do que é capaz de abrir mão? No que é capaz de se transformar? É capaz de matar em si o que poderia ser um empecilho? É capaz de fazer nascer algo em si, para alcançar o que tanto deseja? Subiria e/ou desceria escadas (dificuldades), mesmo sentindo que o elevador (reciprocidade), está sempre quebrado?
Quem ama sofre, porque têm seus costumes enraizados, suas manias, sua forma de ver a vida, mas sabe que nada é mais importante que a pessoa amada, e não raras às vezes precisa abrir mão de tudo. Quem ama sofre, porque quer estar junto, quer ter o amor do outro, mas entende que amor não se consegue sufocando, articulando, manipulando, criando situações, então sabe que precisa esperar apenas, e sofrer as consequências da dor da espera. Quem ama, não quer dividir, mas sabe que precisa ter calma, e ser persistente, na espera angustiante, até que no outro exista o mesmo sentimento. Quem ama, não tem orgulho, declara seu amor, mesmo correndo o risco da dor da decepção, pois sabe, que amor não se esconde, não se retém, mas se partilha.
A escalada é difícil, cada degrau às vezes, são manias que precisamos matar dentro de nós, sentimentos, impulsos, costumes, que desagradam o outro. Destacarei dois dos exemplos muito comuns em casais na atualidade, embora haja milhares que não poderia descrever em apenas um texto. Há mulheres que gostam de festas, casa cheia de amigos, mas passa a amar um homem caseiro. Há homens que gostam de flertar com mulheres bonitas, gostam de terem amizades femininas, conversam com estranhas em redes sociais, mas se vêm amando uma mulher que vê tais atitudes como um crime, e não abrem mão de fidelidade total. Abrir mão dessas práticas são degraus exaustivos, mas cabe a quem ama, saber sobre sem o que, prefere passar a vida. É uma escolha pessoal, não podemos ter tudo, e todos os dias a vida nos dá a oportunidade de fazermos escolhas.
Quando você olha para a sua vida daqui a 20, 30, 40, 50 anos, quem você quer segurando sua mão em uma varanda, relembrando o passado? Quando você olha a sua vida, imaginando sua pele enrugada, seu corpo já frágil, talvez enfermo, com quem você quer estar abraçado na cama, sentindo seu corpo aquecido, com o calor do outro? Quem é a pessoa que você poderia passar horas conversando, sem dinheiro, bebendo uma água, um vinho barato, e mesmo assim, nada lhe parece mais atrativo no mundo, nem mesmo uma viagem caríssima. Quem é a pessoa que quando ausente, faz teu coração chorar?
Quem não consegue ser orgulhoso, não faz jogos, simplesmente se declara, se entrega, deixa sempre claro suas intensões, seus reais sentimentos, mesmo quando sente medo da reação do outro. Porque o amor não é pretensioso, arrogante, mas é humilde, e positivamente esperançoso.
A verdade, é que tudo é ilusão, somente o amor verdadeiro é real, somente o amor vence tudo, o preconceito, a inveja, a luxúria, as barreiras, sejam elas quais forem. Quem é capaz de descer e subir qualquer degrau, porque sabe, que o encontro com sua outra metade, é a felicidade plena, é o auge de tudo de melhor que alguém pode sentir não apenas nessa existência, mas no mundo espiritual, pois o amor é incondicional, eterno, ilimitado, e qualquer que seja o degrau a ser vencido, superado, curado, não é nada em vista de um amor verdadeiro. Feliz e inteligente, é quem entende essa verdade.
* Jackeline de Lara, graduada em Pedagogia, especialista em Educação Especial e em Educacão Infantil e Séries Iniciais, proprietária do Espaço Kids. Casada e mãe de duas lindas filhas.