População de Mato Grosso do Sul ainda sente reflexos da greve dos caminhoneiros
21 de junho de 2018Nesta quinta-feira, dia 21 de junho, faz um mês que os caminhoneiros iniciaram um protesto que praticamente paralisou o Brasil. A mobilização durou quase duas semanas e afetou vários setores, como a venda de alimentos e de combustíveis. Mesmo depois de vários do encerramento da greve, a população de Mato Grosso do Sul ainda sente seus reflexos em alguns segmentos, enquanto que em outros a situação já se regularizou.
Nos supermercados as gôndolas estão abastecidas e os preços normalizados. De acordo com o Sindicato Varejista de Gêneros Alimentícios, os produtos já estão com os valores no mesmo patamar do período que antecedeu a paralisação dos caminhoneiros. No entanto, ainda tem dona de casa que não percebeu essa mudança.
Já para preparar os alimentos ainda está difícil, porque o fornecimento de gás ainda não foi normalizado no estado. O setor opera com apenas 40% da capacidade em Campo Grande e com 35% no interior de Mato Grosso do Sul.
Já nos postos de combustíveis, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul (Sinpetro-MS), aponta que nos estabelecimentos de Campo Grande localizados em rodovias, as vendas de diesel aumentaram 40% com a redução de R$ 0,46 no litro anunciada pelo governo federal e com o desconto de 5% na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) concedido pelo governo estadual.
Com isso, o combustível ficou em média R$ 0,57 mais barato, de acordo com os últimos levantamentos de preço. O caminhoneiro Celso Rodrigues, atesta essa redução de preço. Ele conta que abasteceu em Cassilândia, no leste do estado, e já encontrou o diesel por um preço bem mais em conta.
O Procon/MS está de olho nas informações prestadas pelos postos de combustíveis de Campo Grande para saber se os descontos aplicados ao diesel estão mesmo chegando as bombas. Segundo o superintendente da órgão de proteção ao consumidor, Marcelo Salomão, se algum estabelecimento que recebeu o benefício não repassá-lo para suas bombas, será multado por prática abusiva.
Outro assunto que foi uma das reivindicações dos caminhoneiros durante a mobilização e que está sendo muito discutido nas últimas semanas é a tabela do frete. No fim do mês passado a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) divulgou a primeira tabela, que acabou gerando polêmica por causa dos valores.
Uma nova tabela foi criada no início do mês e uma terceira seria anunciada na semana passada, mas isso acabou não acontecendo porque órgãos públicos e empresários se reuniram para discutir o assunto no Supremo Tribunal Federal (STF), com o ministro Luiz Fux.
Entretanto, o encontro realizado nesta quarta-feira (20), terminou sem acordo e uma nova reunião foi marcada para o próximo dia 28, quando os grupos devem apresentar uma nova proposta para tentar chegar a um entendimento.
De acordo com o diretor do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (Setlog-MS), Dorival de Oliveira, o setor acompanha de perto essas discussões, porque o assunto é de fundamental importância, já que o impacto da elevação do preço dos fretes pode acabar chegando para o consumidor.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Campo Grande (Sindisuper), Luiz Tadeu Gaedicke, comenta que alguns produtos subiram um pouco de preço, como o arroz e o leite, mas ainda não se sabe se já são reflexos dos novos valores do frete ou se foi por conta do período de entressafra. Em todo caso, o setor está acompanhando as discussões sobre o assunto e esperando uma definição.