Preço da cesta básica aumenta 3,86% e valor representa 33,74% do salário mínimo
9 de outubro de 2017O valor da Cesta Básica do mês de Setembro/2017 comparado com o mês de Agosto/2017 apresentou um aumento de 3,86% em Dourados, é o que constata a pesquisa realizada pelos acadêmicos do curso de Ciências Econômicas da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia (FACE), coordenada pelo professor Enrique Duarte Romero, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) realizadana últimasemana de Setembro.
Os produtos que compõem a Cesta Básica conforme o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) de acordo com a Lei Nº 399 que estabelece o salário mínimo são: (Açúcar, arroz, banana, batata, café, carne, farinha de trigo, feijão, leite, margarina, óleo de soja, pão-francês e tomate). Os preços da cesta básica de Agosto/2017 com estes produtos ficaram em R$ 304,36 o que significa 32,48% do salário mínimo que foi de R$ 937,00. E no mês de setembrode 2017, o trabalhador douradense teve que destinar uma quantia maior a isso para a compra dos produtos componentes da cesta básica que foi de R$ 316,11, o que equivale a 33,74% do salário mínimo vigente.
Já no âmbito nacional, o maior preço da Cesta Nacional foi registrado em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) com R$ 436,68; posição que esta capital ocupa há exatamente um ano; seguida por São Paulo com R$ 421,02 e a terceira capital com maior preço da Cesta foi Florianópolis, com R$ 419,17. A Cesta do mês de Setembro apresentou uma diminuição em 20das 21 capitais estaduais do país em que o DIESSE realiza mensalmente a Pesquisa Nacional de Alimentos. A única elevação foi registrada na capital de Mato Grosso do Sul, campo Grande com 1,17%de aumento.
Os menores preços médios foram verificados em Recife (Pernambuco) com R$ 328,63; Natal (Rio Grande do Norte) com R$ 323,90; e com o menor preço da Cesta Básica do país no mês de Setembro foi registrada na capital do Estado daBahia,Salvador,com R$ 318,52.Observamos que os menores preços foram praticados nas capitais da Região Nordeste do país, fato este que se repete desde o início da pesquisa.
Destacamos também que as três cidades com os maiores preços da Cesta Básica do país no mês de Agosto também mantiveram seus lugares inalterados no mês de Setembro, assim como os que apresentaram os menores preços permaneceram nas mesmas capitais nos meses de Agosto e Setembro.No mês de Agostonão foram registrados os preços da Cesta Básica nas seguintes capitais estaduais, Palmas, Rio Branco e Teresina; e em Setembro mais três capitais estaduais deixaram de ser registrados; estas são: Boa Vista, Macapá e Porto Velho. Não houve explicação do DIEESE do porquê estas capitais foram excluídas da pesquisa.
Comparado com a capital do Estado de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, onde o preço da sua Cesta no mês de Setembro foi de R$ 359,24, em Dourados a cesta sai mais barato. Desta vez, o preço da Cesta Básica douradense do mês de Setembro foi inferior aos preços praticados em todas as capitais estaduais do país, um pouco abaixo dos preços da Cesta Básica de Salvador que foi de R$ 318,521, a capital com menor preço do país. Também apontamos que se compararmos com a capital do Estado de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, os preços da Cesta Básica douradense sempre foi inferior.
A partir da Constituição Federal de 1988 o trabalhador brasileiro deve trabalhar 220 horas mensais, com isso, no mês de Agosto/2017, um trabalhador douradense para pagar a cesta básica tinha de trabalhar 71 horas e 28 minutos. E no mês seguinte, Setembro/2017, este mesmo trabalhador precisou de um tempo maior para comprar alimentosque foi de 74horas e 13 minutos, isto representou umaperdado poder de compra do salário do trabalhador douradense comparado com o mês de Agosto/2017. Essaperda ocorreu devido aoaumento dos preços da Cesta Básica douradense no mês de Setembro.
Dos 13 produtos que compõem a Cesta Básica, em Dourados, 5 apresentaram uma elevação de preços no mês de Setembro. O produto que teve a maior elevação do mês foi a batata com 59,52%. Os outros produtos que aumentaram de preços foram: otomate com 24,08%;feijão com 4,08%; a carne com uma subida de preços de 0,31% e o café com um leve aumento dos seus preços se compararmos com o mês anterior de 0,22%.
E os 8 produtos dos 13 que compõem a Cesta Básica diminuíram de preços no mês de Setembro, foram: o leite com 9,00% de queda, arroz com 3,27%, ambos produtos, pelo segundo mês seguido. Da mesma forma, vários dos produtos a serem apontados em continuação já tinham apresentado uma queda dos seus preços no mês de Agosto/2017. Assim, em Setembro, temos que o açúcar com queda de 2,95%; a farinha-de-trigo com 2,17% de queda. Banana com uma queda de 1,66%; margarina com 0,51%; óleo de soja com 0,42% e com uma leve queda de preços o pão-francês com 0,50%. No mês de Setembro, merece destacar que os produtos que têm maior peso na composição da cesta como carne e tomate aumentaram de preços, um dos fatores que levou à Cesta Básica douradense aoseuaumento, apesar de que a maior parte dos produtos diminuíram de preços em Setembro.
E quando temos aumento dos preços dos produtos da Cesta Básica em Dourados reforçamos aindamais nossa sugestão aos consumidores douradenses de que vale a pena a pesquisa nos diversos supermercados da nossa cidade. Apresentamos a diferença de preços entre o supermercado que praticou o preço mais elevado foi de R$ 381,09 e o menor com 115,19 Reais com os mesmos produtos; isto representa uma diferença de R$ 282,38; ou seja, 69,77% menor, um ganho que consideramos compensa o sacrifício de percorrer vários estabelecimentos. Outra sugestão que fazemos é a de verificar também os levantamentos realizados pelo PROCON do nosso município, esta instituição coloca sua informação no início de cada mês. O seu método facilita ainda mais a comparação dos preços praticados por cada estabelecimento ao apresentar os nomes de cada estabelecimento e os respectivos preços de cada produto que praticam.
Conforme o DIEESE, e levando em consideração a determinação da Constituição Nacional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para cobrir as despesas do trabalhador brasileiro e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Dessa maneira, em Agosto de 2017, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$3.744,83, isso significa 4,00 vezes mais do que o mínimo vigente que é de R$ 937,00. E constatamos que no mês de Setembro o salário mínimo necessário era de 3.668,55 que representa 3,92 vezes do salário praticado nesse mês, isso significa que os trabalhadores brasileiros tiveram um ganho se comparados com o mês de agosto/2017. Mas os trabalhadores douradensestiveram umaperda do poder de compra do seu salário se compararmos com demais trabalhadoresbrasileiros devido ao aumento dos preços da Cesta Básica em Dourados.