Princesa Jezabel
21 de junho de 2018Por Jackeline de Lara*
Essa semana participei de uma reunião, onde ouvi a história de uma princesa Fenícia chamada Jezabel, que se casou, por questões políticas, com o rei de Israel, cujo nome era Acabe. Fiquei tão intrigada com a personalidade dessa mulher que fui pesquisar sobre ela, não consegui tudo o que queria, continuarei pesquisando, mas achei interessante compartilhar um pouco de tudo o que consegui até o momento. Sempre escutei minha mãe, vó, falarem sobre ela, e de uma forma muito negativa, principalmente quando eu, ou uma de minhas irmãs, queríamos um batom vermelho, uma roupa mais ousada, então já vinha a rotineira frase “estão querendo ficar igual à Jezabel”, dessa forma a imagem dela para mim sempre foi de uma mulher vulgar, escandalosa, e adepta de orgias sexuais.
Atualmente se compara Jezabel às feministas, mulheres que buscam, que na verdade nada mais são, mulheres que buscam o respeito da sociedade em todos as áreas, sexual, profissional, emocional, direitos de cidadãs, assim como os homens já adquiriram. Não podemos esquecer, que como toda linha de pensamento, no feminismo há ramificações, e há entre as feministas grupos distintos, exemplo, há as que defendem o aborto, e há o grupo que repudia radicalmente essa prática.
Jezabel, foi educada para ser uma mulher forte, fiel aos seus princípios, ao seu Deus, a colocar os sentimentos sempre em segundo plano, em prol do todo, e esse todo, era seu povo, que compartilhava da mesma fé que ela, e pelo seu Deus, os fieis assim como ela, à todos os rituais da religião que seguiam, fariam qualquer coisa, inclusive matar, pelo contrário, seriam considerados desleais, e sofreriam as consequências. Essa princesa tinha tudo isso muito claro em sua vida, já que recebeu esses ensinamentos desde seu nascimento, quando era preparada para governar, e ela não se importava com o que pensavam sobre ela, e nem em ter boa fama, o que lhe era prioridade, era agradar seu Deus.
Ao estudar sobre ela, o que me parece que será um estudo demorado, se eu quiser realmente entender com detalhes sua trajetória, mesmo assim o que tenho hoje sobre essa princesa de personalidade muito forte, adoradora de Baal (demônio), é que ela era extremamente religiosa, mãe e esposa exemplar, fazia tudo que podia para agradar e alegrar seu esposo, e nada foi encontrado sobre ela que poderia dizer que era uma mulher promíscua, muito pelo contrário, não há qualquer vestígio de que ela era, digamos “puta”, como dizemos hoje, mas sim uma mulher de total respeito, tanto que até onde se sabe, ela era fiel ao esposo, que por outro lado, sendo um rei de Israelita, descendente do povo de Deus Jeová, era promíscuo, mimado, egoísta, fraco, péssimo exemplo de homem em todos os sentidos que se imaginar.
Comparando Jezabel com a mulher atual, não consigo encontrar tantas semelhanças, já que as seculares têm vida sexual ativa fora do casamento, não se importam com religiosidade, muito pelo contrário, fogem, não querem casamento, e quando estão em um, exigem direitos iguais, e não buscam agradar o parceiro acima de si, mas querem o mesmo tratamento que doam. Já seu esposo, Acabe é o retrato da maioria dos homens de hoje, mas não é sobre ele o assunto abordado.
Ao fazer uma comparação com as mulheres Cristãs, encontrei a questão da religiosidade, e da submissão aos esposos, e o quesito castidade, mas a coragem e a fidelidade aos mandamentos de Cristo, o desprendimento em relação ao pensar do outro sobre elas, para obedecer à palavra de Deus, isso nenhuma se compara à de Jezabel, que em nome do seu Deus foi capaz das mais terríveis atrocidades, e foi morta porque enfrentou de peito aberto, o exército inimigo, que ameaçou matar seus súditos, caso não a atirassem pela janela de seu quarto, ela sabia que morreria, e mesmo assim não recuou.
Onde quero chegar com esse assunto? Não sei, mas essa princesa Fenícia, é um tapa na cara de nós mulheres que nos dizemos Cristãs, ela não gritava que era de Deus, ela praticava o que o Deus dela mandava, ela não dizia que o Espírito Santo habitava nela, mas ela vivia o espírito do Deus dela, ela não ficava fofocando sobre a vida das “irmãs” do templo onde adorava, mas comandava exércitos, para conseguir o que sua religião dizia ser necessário adquirir, ela não se escondia atrás de reclamações fúteis, para chamar a atenção, ela levantava, e lutava. Não estou defendendo essa mulher maldosa, e demoníaca, apenas refletindo sobre a forma que ela amava esse Deus a quem servia com tanta fidelidade, meu desejo é que esse artigo, nos leve à encarar-nos de frente, à olharmos nossas misérias, nossas covardias, egoísmos, desobediências, falsidade religiosa, porque na verdade não nos sacrificamos pelo nosso Deus, que é santo, e deu seu único filho por nós, já Jezabel, era fiel ao Deus dela, uma entidade abominável, que pedia sangue de crianças, entre outras atrocidades. A igreja se perdeu, a igreja se vendeu para o mundo, hoje servimos Baal, e gritamos que servimos Jeová, somos mesquinhos, avarentos, vaidosos, ambiciosos, estamos sempre correndo atrás de dinheiro, de glamour, nunca nos contentamos, somos adúlteros, fornicadores, fofoqueiros, mentirosos, homicidas, e nosso coração é sujo, enquanto nossos lábios enganam com palavras belas, sorrisos falsos, e impureza nas intenções.
* Jackeline de Lara, graduada em Pedagogia, especialista em Educação Especial e em Educacão Infantil e Séries Iniciais, proprietária do Espaço Kids. Casada e mãe de duas lindas meninas.