Professora usa telefone feito de cano para ensinar pronúncia e estimular leitura de alunos no Piauí
2 de maio de 2018Uma professora da rede Municipal de Ensino criou um instrumento com formato de telefone, feito de cano chamado ‘sussurrofone’ para ensinar pronúncia e estimular os alunos a lerem mais. Segundo a professora, o objeto ajuda na fluência e estimula o gosto pela leitura. Foram feitos 30 objetos e cada um custou R$ 3,50. A professora usou recursos próprios e a diretoria da escola informou que vai investir na ideia.
A professora Adélia Muniz usou a técnica para incentivar a leitura de crianças do 4º e do 5º ano de uma escola municipal que fica no povoado Cacimba Velha, Zona Rural de Teresina. Adélia percebeu o bom desempenho dos alunos com o ‘sussurrofone’. “Eu tenho um aluno que quando ele vai ler, ele troca o ‘b’ pelo ‘p’ e antão ele já está percebendo essa troca e fazendo a correção” disse a professora.
Para a pequena Maria Clara, o utensílio ajuda muito a controlar a ansiedade e o receio de falar em público, em voz alta. “É bom pra tirar a timidez, aprender a ler melhor e fazer com que as pessoas não tenham vergonha de ler” falou a aluna.
“Sussurrofone”
O chamado ‘sussurrofone’ tem aproximadamente 10 cms e foi feito artesanalmente por materiais hidráulicos. Para cada objeto, foi usado um pedaço de cano e dois ‘joelhos’, que dá uma curvatura para a boca, captando a voz e para o ouvido, registrando o ruído.
O formato é bem parecido com um telefone e que também tem funções semelhantes ao aparelho, como falar por um lado e escutar por outro, amplificando a voz. O aparelho artesanal faz com que o estudante possa ouvir a própria voz em forma de sussurro, daí originou-se o nome de ‘sussurrofone’.
Reação da diretoria
De acordo com a diretora da escola, Ana Maria Machado, o projeto acumula resultados positivos e a escola vai expandir a ideia para outras turmas. “Agora a escola vai bancar para ajudar outras salas, porque a professora automaticamente fez o material pra ela, do seu bolso” disse a diretora.
A direção ainda se prontificou em ressarcir todo valor gasto pela professora Adélia Muniz, pela produção do material, mas ela não aceitou e disse estar satisfeita pelo resultado. “Quando ela me apresentou, eu até perguntei pra ela ‘professora, a senhora não quer ressarcimento? Não, não, o projeto é meu e vou concluir’. Agora a escola vai dá continuidade” disse a diretora Ana Maria.