Roda Viva: Riedel diz que é preciso “buscar correção” com todos em casos de feminicídio

Roda Viva: Riedel diz que é preciso “buscar correção” com todos em casos de feminicídio

18 de fevereiro de 2025 0 Por meums
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Entrevistado na noite de segunda-feira (17/2) no programa Roda Viva, da TV Cultura, o governador Eduardo Riedel (PSDB) disse que é preciso buscar o caminho da correção para que casos de feminicídio, como o praticado contra a jornalista Vanessa Ricarte na semana passada, não venham a se repetir. A profissional acabou assassinada pelo ex-noivo na quarta-feira (12/2) horas após deixar a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), em Campo Grande, alegando ter recebido tratamento ‘frio’ por parte de uma delegada.

Em meio aos questionamentos, Riedel voltou a afirmar que houve falha do Estado e também da sociedade.

“Falhamos como Estado e também falhamos como sociedade”, disse em uma das respostas.

Para o governador, é preciso buscar o caminho da correção do problema da violência contra a mulher, não só pelo Executivo, mas envolvendo vários outros órgãos.

“Precisamos buscar um caminho de correção, que não está exclusivamente na mão do Executivo. É um processo [que envolve]do sistema Judiciário, do Executivo, é um processo da Defensoria, do Ministério Público, de todas as instituições envolvidas, para trabalharmos em alguns eixos que já estão muito claros”, relatou.

Nesta terça-feira, uma reunião acontece em Campo Grande para tratar sobre o assunto e de outras medidas que envolvem melhorias no atendimento à mulher.

A ministra das Mulheres Cida Gonçalves participará de ações ao longo do dia. Uma reunião com Eduardo Riedel está agendada para 10h30, conforme informado pela agenda do governador.

Só no ano passado, segundo o próprio chefe do Executivo sul-mato-grossense, mais de 5 mil medidas protetivas foram expedidas no Estado. Já o número de casos de feminicídios totalizaram 35.

Feminicídio

Vanessa Ricarte, 42, foi assassinada a golpes de faca pelo ex-noivo, Caio César Nascimento Pereira, 35, na quarta-feira da semana passada. O rapaz acumulava diversas passagens por violência doméstica e acabou preso no mesmo dia e teve o flagrante convertido para prisão preventiva.

Dois dias após o feminicídio, áudios enviados pela jornalista a colegas mostravam reclamação dela quanto ao atendimento recebido por equipe da Deam, em Campo Grande, antes de ser morta.

Na ocasião, Vanessa afirmou que o tratamento dado a ela foi ‘frio’.

“Eu fui falar com a delegada e explicar toda a situação. Ela me tratou bem fria, seca, toda hora me cortava. Eu queria ver o histórico da pessoa [Caio] e falou para mim que não podia passar”, diz um desses áudios.

A jornalista chegou a relatar à delegada que Caio mandava mensagens informando que conversava com o sogro e que não conseguia falar com ela. Conforme a fala, Vanessa estava há dois dias fora de casa, sem tomar banho.

Nisso, a delegada teria falado a ela: “Então vai para a sua casa, você já avisou ele, manda uma mensagem falando para ele [Caio] deixar a casa”.

Diante da denúncia de uma suposta negligência, Riedel chegou a ser questionado ao longo do programa se ocorreu o afastamento da delegada citada. Aos jornalistas, o governador disse que ainda não havia determinado isso até que todo o processo fosse investigado e finalizado.

Falha

Após a divulgação dos áudios, o governo de Mato Grosso do Sul emitiu nota reconhecendo a falha no atendimento à jornalista vítima de violência doméstica.

No sábado (15/2), o Ministério das Mulheres se pronunciou e enviou equipe a Campo Grande para entender a situação.

Desde então, as reuniões vêm ocorrendo para que protocolos possam ser melhorados, resultando hoje na visita da ministra Cida Gonçalves.

 

Fonte: Dourados News


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