Scarpa é apresentado no Palmeiras e evita brincar sobre “chapéu” em rivais
19 de janeiro de 2018Sexto reforço contratado em 2018, Gustavo Scarpa foi apresentado na tarde desta sexta-feira pelo Palmeiras. O meia, que já vem fazendo treinos físicos e saudou a torcida antes da vitória sobre o Santo André, recebeu a camisa 14 e conversou com a imprensa pela primeira vez na Academia de Futebol.
– Sei que a responsabilidade vai ser grande e sei que estou preparado para enfrentar esses desafios que vão chegar a mim. Espero que eu consiga ser muito feliz – disse o jogador de 24 anos.
Gustavo Scarpa foi o nome mais disputado no mercado brasileiro desde o fim do ano passado. O jogador também esteve na mira de Corinthians e São Paulo, rivais do Palmeiras.
– Foi muito diferente, situação que nunca tinha vivido antes. É meio estranho você ligar a TV e toda hora o pessoal falando de você. Eu até evitava, por mais que tenha uma cabeça boa, isso acaba mexendo com o psicológico. Mas tenho certeza que vou lidar da melhor maneira possível. A expectativa de todos é muito grande. Tenho certeza que com meu esforço do dia a dia vou fazer valer a pena todo esforço que foi feito por mim.
O jogador evitou brincar com o “chapéu” que o Palmeiras aplicou nos rivais.
– A questão de chapéu eu deixo essas brincadeiras para os torcedores. Até porque sou mais tranquilo, não gosto de me envolver em polêmicas, até porque a galera enche o saco depois (risos). Eu deixo isso para os torcedores.
Para contratá-lo, o Palmeiras não pagou nada ao Fluminense, já que o meia conseguiu liberação judicial do clube carioca por atraso de FGTS e direitos de imagem. Ainda assim, a operação custará 6 milhões de euros (R$ 23,5 milhões), valor que inclui luvas e comissões aos intermediários da negociação, a serem quitados ao longo de três anos.
Apesar de o Fluminense ter recorrido, o departamento jurídico alviverde se vê confortável e confiante de que a situação não será revertida. Scarpa, inclusive, já teve seu contrato regularizado na Confederação Brasileira de Futebol e está inscrito no Campeonato Paulista. O jogador rebateu as acusações do clube do Rio de Janeiro.
Prioridade pelo Palmeiras
– Palmeiras se tornou prioridade há uns dois anos quando começou o interesse em mim. A empresa que agencia minha carreira sempre filtrou as coisas antes de chegar em mim. Eu tive a certeza que é o melhor lugar para estar hoje. Certeza que vou crescer bastante aqui dentro. Espero que eu possa aprender e se eu tiver algo para ensinar, e que juntos a gente possa conquistar muitos títulos.
Estrutura da Academia de Futebol
– Não só o Fluminense ou times do Rio, durante o Brasileirão a gente acaba visitando alguns centro de treinamentos e nenhum se compara à Academia do Palmeiras. É uma estrutura surreal, nunca tinha visto algo desse nível. Tudo que um jogador precisa para render o seu melhor tem aqui. Profissionais excelentes, já aprendi muito nesses poucos dias aqui. E tenho certeza que eles têm o melhor para mim, que vão tirar o meu melhor e que juntos vamos conquistar muitas coisas.
Mais sobre o Fluminense
– A questão do Fluminense ainda está rolando, pode ocorrer de eles recorrerem, mas não vou entrar em detalhes, não sou especialista. Mas tenho certeza de que o melhor vai ser feito, como já está sendo feito. O Palmeiras é um desejo antigo deles (dirigentes) e meu também. Fizeram um grande esforço para me trazer em outras duas oportunidades. Mas assim que apareceu a real oportunidade de vir eu não pensei duas vezes. Sou grato a Deus por estar vestindo uma camisa tão grande quanto a do Palmeiras.
– Não queria falar que é ficar numa fria. Porque hoje pegam uma frase fora de contexto. Mas quando eu estava negociando, alguns jogadores estavam sendo envolvidos no negócio… Aí todo mundo “pô, você não tá bravo com o cara”. Eu também talvez não iria, eu entendo. Foi a última opção que me restou sair assim de lá.
Scarpa e Lucas Lima podem jogar juntos?
– Acredito que sim. Mas quem decide é o Roger, vou deixar esse bom problema. Eu acredito que a gente possa jogar juntos. Vamos ter que mostrar dia a dia que temos capacidade de ser titular. Eu também não tenho preferência nenhuma de posição, estou a disposição do Palmeiras e do professor Roger para ajudar o elenco.
Mais sobre jogar no Palmeiras
– Acredito que começou no final de 2015 o interesse do Palmeiras. Não se concluíram não por causa da minha decisão. Até porque mais que vir para o Palmeiras era algo que todo jogador sonhava, eu nunca pedi para o Fluminense para sair e nunca mostrei insatisfação com nada. Mas sem dúvida a estrutura do Palmeiras, o peso que a camisa tem e o esforço de todos pesaram bastante.
Quando vai poder jogar?
– Não tenho noção do dia exato. Mas como você bem disse eu vim treinando desde o dia 15 de dezembro. Primeiro comecei com uma preparação que os fisiologistas do Fluminense passaram. Aí quando deu dia três de janeiro contratei um personal e comecei a treinar no campo, fazendo treinos mais intensos na academia. Então não estou muito atrás do pessoal que se apresentou. Mas tenho certeza que tenho muito a melhorar e que a qualidade dos profissionais vai me ajudar a ter condição mais rápido possível.
Scarpa fala sobre a visão que tinha sobre o Palmeiras
– Às vezes que joguei contra o Palmeiras senti a pressão que era jogar no Allianz. Todo jogador conversa entre si e acaba mencionando a estrutura de onde passou. Você cria uma expectativa. Aí quando chegou conseguiu superar elas. Fiquei muito admirado com a estrutura, tenho certeza que vou sair muito bem por aqui.
Concorrência no Verdão
– Concorrência nunca foi um empecilho na minha decisão, pelo contrário, ela te motiva a ser melhor a cada dia. É claro que o meu status é um grande jogador, titular em qualquer equipe, mas se eu não fizer por merecer no dia a dia, mostrar todo dia. Independente do status do jogador todos tem que mostrar. Tenho certeza que dando o meu melhor tenho condições de jogar. Como sempre fiz até hoje, sempre respeitando o espaço do companheiro, nunca precisei usar subterfúgios para realizar meus sonhos. E vem dando certo.
Scarpa fala sobre as declarações de Diego Cavalieri
– Desde que eles ficaram cientes da ação eu não tive contato com nenhum deles. Cavallieri acabou expondo bem o que vinha acontecendo no clube. É um irmão que o futebol me deu. Todos ficaram indignados com o que aconteceu, o jeito que conduziram a situação dele foi revoltante. Isso acaba refletindo como a situação está lá. O que pode ser feito da nossa parte foi, aguentamos até onde deu. Espero que o Fluminense consiga se resolver e que meus amigos não saiam perdendo.
Scarpa fala sobre gols de falta
– Quando eu cheguei no treino o pessoal me falou que tem tempo que o pessoal não faz gol de falta. Mas ficaria mais pressionado se ano passado tivessem acontecidos vinte gols de falta, aí eu chego e não faço nenhum (risos). Mas prefiro não opinar sobre esse bolão, espero que seja no próximo jogo.