Tradição das feiras livres continua forte em Dourados e atendem delivery
29 de agosto de 2021É o caso da professora Isadora Cristina Mendonça, de 42 anos. Foi com o pai, já falecido, que ela aprendeu a ir à feira todos os domingos. Hoje, é ela quem leva os filhos Arthur, de 10 anos, e Isabela, de 7, para a feira todas as semanas. “É um compromisso marcado: toda quarta-feira nós vamos à feira e depois aproveitamos para jantar na praça de alimentação. As crianças também adoram, sem contar que para elas é muito importante este contato mais próximo com alimentos naturais e super saudáveis”, relata. Isadora frequenta todas semana a feira do BNH 1º Plano, onde mora há 15 anos. “Talvez seria até mais prático comprar as frutas e legumes quando vou ao mercado, mas aqui eu sei da procedência, os produtos são frescos e o ambiente é super agradável”, acrescenta.
Hoje, segundo dados da Secretaria Municipal de Agricultura Familiar, são seis feiras em Dourados, que acontecem de terça-feira a domingo em vários bairros da cidade. A programação inicia na terça-feira, com a feira agroecológica do Parque dos Ipês. Às quartas-feiras, tem feira livre no BNH 1º Plano e também na Praça do Cinquentenário, na Vila Industrial. Na quinta-feira, é a vez do Parque Alvorada e, na sexta, a programação acontece na rua Mozart Calheiros (antiga W-5), no bairro Izidro Pedroso. Aos sábados e domingos, acontece a tradicional feira central, hoje localizada na rua Cafelândia, no Jardim São Pedro. Segundo a secretaria, são pelo menos 230 feirantes cadastrados.
Atividade rentável
O agricultor familiar Adriano Corin é um deles. Há onze anos, a família atua na produção agroecológica – uma atividade que, segundo ela, apesar de exigente, é bastante rentável. “Nós gostamos muito de trabalhar na agricultura familiar, que hoje é a renda principal de nossa família”, garante.
Hoje, cinco pessoas da família estão envolvidas na atividade, produzida em uma pequena propriedade na Vila Vargas. É lá que a família produz todo tipo de hortaliças, legumes e tubérculos, além de peixe, ovos, porco e frango caipiras.
Há um ano e meio, em meio à pandemia e com as feiras fechadas, a família precisou inovar o negócio e embarcar em uma nova modalidade: a entrega por delivery. O que era para ser uma alternativa temporária começou com cinco clientes e hoje já passa de 100. “Inicialmente, foi uma saída para não perder a produção. Hoje, vendemos muito mais no delivery do que na feira presencial”, comemora Adriano.
No atendimento por delivery, o cliente seleciona os produtos que deseja e a entrega é feita semanalmente, na porta de casa. Facilidade que atraiu a procuradora federal Mariana Savaget, que conheceu o delivery durante a pandemia e resolveu adotá-lo mesmo após a reabertura das feiras. “Acredito que, assim como muitas outras coisas, essa também foi uma tendência que veio para ficar. É muito prático e organizado, realmente vale muito a pena”, garante.