Vereadores criticam Contar sobre emendas a Dourados
25 de outubro de 2022“Fala de candidato foi desastrosa, ridícula e infeliz”
“Uma fala desastrosa, ridícula, infeliz e que mostra despreparo”. Assim, o vereador Márcio Pudim (PSDB), definiu a manifestação feita no sábado (22), durante entrevista de rádio em Dourados, pelo candidato a governador, deputado Capitão Contar (PRTB), de que não destinou emendas para o Município durante os quatro anos de mandato porque não recebeu nenhum pedido dos vereadores da cidade.
Durante a sessão ordinária da Câmara de Dourados, na tarde desta segunda-feira (24), pelo menos, seis vereadores reagiram, indignados, à fala de do candidato a governador que disputa, neste segundo turno, com Eduardo Riedel (PSDB), quem será o sucessor do governador Reinaldo Azambuja. “Essa inércia com Dourados é um absurdo, caberia uma nota de repudio desta Casa”, acrescentou Márcio Pudim.
O presidente da Câmara, Laudir Munaretto (MDB), que acaba de sair de uma campanha de deputado federal no primeiro turno das eleições, realizado no dia 2, também classificou de “infeliz” a fala de Contar na emissora de rádio e alertou: “O homem público tem que estar sempre verificando as bases, e buscar atender os pedidos; eu tive pouco mais de 200 votos no Altos do Alvorada, e não precisou professores pedirem, fui até eles e atendi com o que precisavam”. Segundo Laudir, o capitão “deveria ter vindo pelo menos pra agradecer os [5.098] votos que recebeu de Dourados” nas eleições de 2018.
Daniel Junior (Patriota), ex-candidato a deputado estadual nas eleições deste ano, disse que querer atribuir culpa aos vereadores pela não apresentação de emendas demonstra, no mínimo, “que não teve gratidão, mesmo tendo sido o sétimo deputado mais votado na cidade em 2018 e nem serve como desculpa à gestão atual, porque nesse período o Município teve dois prefeitos. “Ele poderia dizer que não gosta do Alan, que está apoiando o Riedel, mas teve a prefeita Délia por dois anos, não teve coragem nem de ligar”.
Contrariando o candidato a governador de que nenhum vereador o procurou, o estreiante Fabio Luis (Republicanos), eleito em 2020, disse que tentou por três vezes falar com o Capitão. “Em duas vezes mandei mensagem no telefone pessoal dele, até hoje não respondeu”, mas depois disso, “fiquei sabendo que andou passeando de moto por aqui, enquanto colegas dele, eleitos com muito menos votos de Dourados, estiveram presentes nos 4 anos”.
O vereador Juscelino Cabral (PSDB), disse que procurou o deputado após ser eleito também para o primeiro mandato, em 2020, “e ouvi da boca dele dizer que tinha emenda pra indicar a Dourados, mas nada chegou. O Dr Luiz Ovando, que foi eleito federal, com muito menos votos que ele pra estadual (3.063), em Dourados, esteve mais presente aqui e com emendas significativas”, reconheceu.
O médico, agora reeleito para o segundo mandato, pelo PP, com menor votação que em 2018 em Dourados (2.703 votos na cidade), informou ao prefeito Alan Guedes que destinou R$ 50 mil a Apae, outros R$ 50 mil a Pestalozzi e igual valor para a Toca de Assis. A ABCDE e o Instituto Crescer receberam R$ 100 mil cada e a AAGD (Associação dos Autistas), R$ 50 mil. Também relatou uma emenda no valor de R$ 2.1 milhões para obras de drenagem e pavimentação na região do Jardim Aydê.). “Precisamos repensar sobre isso, graças a Deus temos o grande deputado Barbosinha como bom candidato a vice-governador na chapa do futuro governador Eduardo Riedel”, concluiu Juscelino.
Por fim, o vereador líder do prefeito Alan Guedes na Câmara de Dourados, Sergio Nogueira (PSDB), foi lacônico. “O Contar veio falar do que não fez, não merece nem comentários. Felizmente, Dourados e Mato Grosso do Sul vão optar pelo melhor projeto, com Eduardo Riedel governador e Jair Bolsonaro presidente, porque se Roma teve Nero, o Brasil teve Dilma, Dourados teve Artuzi, concretamente, o MS não merece Contar”.
Justificativa de Contar
“A função do deputado não é só apresentar emendas”, justificou Contar no programa de entrevistas da rádio Grande FM, dizendo que teria, no mandato, um limite de “apenas um milhão e meio”[de reais] por ano para atender todos os municípios e que, por isso, preferiu atender “aqueles que os vereadores me pediram, até porque não tenho nenhuma base específica”.
Fonte: Douranews