Análise: Corinthians “ostenta”, dá sinais de evolução e tem desafios para se provar competitivo

Análise: Corinthians “ostenta”, dá sinais de evolução e tem desafios para se provar competitivo

17 de abril de 2022 0 Por meums
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Na estreia no Campeonato Brasileiro, semana passada, contra o Botafogo, o Corinthians deixou Renato Augusto e Giuliano no banco. Já neste sábado, na vitória por 3 a 0 sobre o Avaí, Willian e Paulinho começaram na reserva.

Se dar ao luxo de abrir mão de atletas desse quilate e substituí-los com nomes como Maycon e Róger Guedes é algo raro no futebol brasileiro e uma “ostentação” de elenco que a própria torcida do Corinthians não estava acostumada a ver

Aos jogadores badalados se juntam jovens talentos que já não são mais novatos. João Victor, Raul Gustavo, Du Queiroz, Mantuan, Adson, Gustavo Mosquito… todos estes já disputaram pelo menos uma temporada completa como profissionais e, embora ainda em maturação, oferecem técnica e principalmente fôlego ao Timão.

Diante do Avaí, o técnico apostou em uma equipe mais jovem do que a que bateu o Deportivo Cali na última quarta-feira, e a resposta foi positiva. Com uma escalação com média de 26 anos de idade, o Timão aproveitou as fragilidades dos catarinenses e a noite inspirada de Róger Guedes para vencer com autoridade.

O ponto alto foi o primeiro tempo, quando os donos da casa sufocaram a saída de bola adversária e, com triangulações e movimentações inteligentes, construíram boas jogadas. Em 50 dias, o trabalho de Vítor Pereira dá sinais claros de evolução.

Com Raúl Gustavo e João Victor na zaga, a saída de bola era feita com velocidade, de forma vertical, tendo o apoio dos laterais Lucas Piton e Rafael Ramos, que estiveram em boa jornada. Du Queiroz e Maycon davam dinâmica ao meio de campo, com passes de primeira, viradas de jogo e arrancadas. Quem destoou no setor foi Renato Augusto, muito provavelmente pelo pouco tempo de recuperação de uma partida para a outra.

As ideias de Vítor Pereira são visíveis no “macro”, como na marcação alta e na pressão pós-perda, e também no “micro”, como quando Cássio é acionado para jogar com os pés e, com um bom lançamento, inicia a jogada do segundo gol.

Em seu habitat natural, saindo da ponta esquerda para o centro, Róger Guedes aliou oportunismo, bom posicionamento e poder de finalização para anotar um hat-trick e reforçar: ele rende melhor jogando aberto pelo lado do que como centroavante.

Tal qual na primeira rodada do Brasileirão, o Corinthians construiu a vantagem por 3 a 0 cedo. E a partir daí baixou o ritmo e passou a falhar mais. Como disse Vítor Pereira em entrevista coletiva, o time acelerou demais algumas jogadas e, por isso, errou. Também houve momentos em que alguns jogadores pareceram afobados em concluir os lances em vez de seguir circulando a bola em busca de espaços na defesa adversária.


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