Com grande reserva de madeira, MS tem potencial de exportação para gigantes da celulose

Com grande reserva de madeira, MS tem potencial de exportação para gigantes da celulose

17 de maio de 2021 0 Por meums
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Sem risco de sofrer com a escassez de madeira nos próximos anos, Mato Grosso do Sul conta hoje com uma grande reserva da matéria prima para abastecer novas fábricas de celulose que devem entrar em operação no Estado e em localidades próximas. A afirmação do gerente de consultoria em Energia e Agroindústria da Pöyry no Brasil, Dominique Duly, ganhou destaque no jornal Valor Econômico nesta semana.

Segundo ele, o Estado conta com oferta superior a 40 milhões de metros cúbicos de madeira sem casca, e apenas 20 milhões de metros cúbicos são consumidos. Considerando-se as novas fábricas de celulose anunciadas ou planejadas – Paracel em Concepción, no Paraguai; Suzano em Ribas do Rio Pardo; expansão da Eldorado em Três Lagoas; e Euca Energy em Alto Araguaia (MT) -, a demanda adicional de madeira será de 26 milhões de metros cúbicos por ano.

“A oferta atual já seria suficiente para o novo consumo. E é preciso considerar que Paracel e Euca Energy vão usar madeira de Mato Grosso do Sul somente no início da operação”, afirmou Duly em entrevista ao Valor Econômico.

Mato Grosso do Sul é hoje o segundo Estado no Brasil na produção de eucaliptos, com mais de 1,7 milhão de hectares plantados, segundo informações do secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.

“A implantação da Suzano em Ribas do Rio Pardo vai transformar a região. A nossa quarta indústria de celulose, além de gerar milhares de empregos no período de obra e quando estiver concluída, é o modelo de empreendimento sustentável que estamos fomentando para o nosso Estado, seguindo o conceito de indústria 4.0, com autossuficiência em energia limpa e outras práticas de ESG (índice que avalia as operações das principais empresas conforme os seus impactos em três eixos da sustentabilidade – o Meio Ambiente, o Social e a Governança)”, destacou.

Nova indústria de celulose do Estado

Nesta semana, a Suzano anunciou ao mercado a construção da nova indústria de celulose do grupo em Ribas do Rio Pardo, que receberá investimentos de R$ 14,7 e terá capacidade de produção de 2,3 milhões de toneladas do produto ao ano, com geração de 10 mil empregos diretos durante a construção da fábrica.

Mas antes de confirmar o novo empreendimento, a Suzano se preparou e acelerou a compra de terras e madeira em Mato Grosso do Sul para abastecer o Projeto Cerrado, como foi batizada a fábrica de Ribas do Rio Pardo. Com isso, a companhia já garantiu 85% da madeira necessária para início de operação, prevista para acontecer no primeiro trimestre de 2024.

Ao receber o anúncio “do maior investimento privado do Brasil”, o governador Reinaldo Azambuja pontou que Mato Grosso do Sul se preparou para diversificar sua economia e se transformar em um novo celeiro de oportunidades de negócios. “Temos investido em infraestrutura e, com isso, garantido competitividade às nossas commodities. Nosso programa de incentivos fiscais tem gerado milhares de empregos e atraído mais indústrias, mantendo o ritmo do crescimento econômico uniforme em todo o Estado. O anúncio da Suzano de construção da fábrica em Ribas do Rio Pardo demonstra que estamos no caminho certo, transformando Mato Grosso do Sul em um Estado de oportunidades para todos, com sustentabilidade e qualidade de vida para nossa população”, afirmou.

Produção de Excelência

Estudo da Pöyry Tecnologia, publicado na Época Negócios, revela que não no mundo país que supere a eficiência da silvicultura brasileira. As florestas plantadas no país geram madeira de ótima qualidade para a indústria de celulose, com um custo até 50% menor e em um quinto do tempo ante a Finlândia, por exemplo, tradicional produtor de celulose e papel.

Enquanto o hectare plantado com bétula finlandesa produz 4 metros cúbicos de madeira, a mesma área plantada com eucalipto no Brasil produz 41 metros cúbicos. Para chegar a esse nível de excelência, foram anos de pesquisa em melhoramento genético, em aproveitamento e cuidados com o solo, técnicas de plantio, colheita, irrigação. 


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